O Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova de Terena é o santuário mariano mais antigo a sul do Tejo, cenário de um culto ininterrupto com mais de sete séculos de história. Trata-se de um importante e singular testemunho da arquitetura medieval portuguesa, classificado Monumento Nacional por Decreto de 26 de junho de 1910.
Os documentos mais antigos que fazem referência a esta igreja são as Cantigas de Santa Maria, da autoria do Rei Afonso X de Castela (1221-1284), avô do Rei D. Dinis, que tem várias composições poéticas dedicados a Santa Maria de Terena. Crê-se que é possível que a edificação deste templo resulte da cristianização de antigos cultos pagãos, ligados ao Deus Endovélico. Contudo a tradição popular atribui a edificação do atual edifício à Rainha D. Maria de Castela, (filha de D. Afonso IV o Bravo) a quem Camões chama n´Os Lusíadas a «Fermosíssima Maria». Segundo a história, a Rainha de Castela deslocou-se a Portugal a solicitar-lhe auxílio para o seu marido na luta contra os Mouros, o rei português acedeu ao pedido da filha, portando-se com grande bravura na Batalha do Salado. D. Maria encontrar-se-ia nas imediações de Terena, quando recebeu a boa notícia da vitoria, dai surgindo a origem da evocação Senhora da Boa Nova.
Erguido no vale da Ribeira do Lucefécit, a cerca de 1,5 km da vila de Terens, para além de ser um raríssimo exemplar de igreja-fortaleza, mantém praticamente intactos (tanto no exterior como no interior) os elementos originais da sua construção: a sua forte cantaria aparelhada, o coroamento de ameias e os característicos balcões mata-cães, símbolos da sua arquitetura mista religiosa e militar. Ostenta nos balcões da fachada principal e da fachada norte as armas reais portuguesas, esculpidas em mármore. O interior é em planta de cruz grega e fortes abobadas ogivais. Os alçados das naves encontram-se revestidos de pinturas murais, do início do século XX, da autoria do pintor Silva Rato, representando santos da devoção popular. Possui dois altares colaterais de talha dourada, em estilo barroco, dedicados a São Brás e Santa Catarina Mártir. Artisticamente destaca-se a capela-mor, cuja abobada se encontra revestida de pinturas a fresco setecentistas, representados cenas do Apocalipse de S. João e os Reis Portugueses da primeira dinastia, numa rara composição iconográfica. O retábulo, de singular riqueza, ostenta tábuas representativas da vida da Virgem e de Cristo (Anunciação, Presépio, Pentecostes, Ressurreição e Assunção da Virgem), da autoria do pintor régio Francisco de Campos (Séc. XVI). Ao centro venera-se a imagem de Nossa Senhora de Boa Nova, escultura de vestir do séc. XVIII, com o Menino ao colo, ostentando coroas de prata e vestes ricas oferecidas pelos fiéis. O título Senhora da Boa Nova exprime a felicidade de Maria pela Ressurreição de Jesus, tanto que a festa principal em sua honra se realiza anualmente no domingo e segunda-feira da oitava da Páscoa, estando assim intimamente ligada às festas pascais. A esta romaria, que é a mais antiga do Alentejo, acorre grande número de devotos vindos dos mais variados pontos do país.
Guarda-se no Santuário vasta coleção de ex-votos oferecidos ao longos dos séculos, destacando-se os quadros pintados em madeira e folha de flandres, conjunto de fotografias do período da guerra de Ultramar, assim como várias peças de ourivesaria, objetos em cera etc. que atestam a profunda e antiga devoção à Senhora da Boa Nova.
A coroa de ouro que a imagem leva, nos dias da festa, oferecida pelo povo, foi benzida e colocada pelo Arcebispo de Évora, D. Manuel da Conceição Santos, em 1952.
Horário:
10h às 12h30
14h30 às 18h30 (Verão)
10h às 12h30
14h30 às 17h30 (Inverno)
Encerra às quartas-feiras.
Missas:
12h – primeiro Sábado de cada mês
Festividades Principais:
Domingo e Segunda-feira de Pascoela
Contatos:
Confraria de Nossa Senhora da Boa Nova
Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova
7250-065 Terena
Telefone: 968 873 115
Email: santuarioboanovaterena@gmail.com