O culto de Nossa Senhora de Brotas tem como origem um suposto milagre ocorrido na localidade de Brotas no Alto Alentejo, na primeira metade do século XV. Um pastor, que levara a sua vaca a pastar, vê o animal cair num barranco, partir uma pata e morrer. Desolado, prepara-se para o esfolar quando surge Nossa Senhora. A Virgem fala com o pastor, explica-lhe que vai ressuscitar a vaca e pede-lhe para construir um santuário no local.

Este milagre, que vai dar origem a um culto de características rurais, constitui um curioso exemplo de regionalismo na iconografia mariana, inserindo-se nas cerca de mil invocações

que integram o culto de Maria em Portugal.

É com base no referido milagre que, na localidade de Brotas, até então desabitada, surge, em finais do século XV, um santuário, ponto de partida para a atual igreja, que se torna rapidamente um centro de peregrinação dedicado a Nossa Senhora.

A rua da Igreja, a única que permite aceder diretamente ao templo, revela a progressiva presença de confrarias que foram construindo ao longo do caminho as suas casas para peregrinos.

No interior da Igreja conservava-se a imagem milagrosa de Nossa Senhora de Brotas, que seria originalmente em osso e, segundo Frei Agostinho de Santa Maria, “obrada pelas mãos dos Anjos.*

* Cultura – Revista de História e teoria das Ideias. Vol.27/2010. Iconografia religiosa das invocações nacionais. Nossa senhora de Brotas. Um Exemplo de regionalismo na Iconografia Mariana. Ana Paula Correia p.227-233.

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