Sabemos como a atenção da opinião pública, e reflexamente a de muitos responsáveis políticos, vai variando por ondas sucessivas. As guerras e outras tragédias de grande dimensão vão-se sucedendo umas às outras, e assim também essa atenção.
Por esse motivo, porque a ela se seguiu o eclodir de guerras na Ucrânia e na Terra Santa, deixou de se falar da tragédia que se vive na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Mas de quem a vive intensamente chegaram-nos recentemente notícias de que a situação não melhorou (apenas se deixou de falar dela): intensificaram-se os ataques terroristas a várias aldeias, com destruição de casas, igrejas e mesquitas e o número (superior a um milhão) de pessoas forçadas a deixar as suas terras não para de aumentar.
Diante desta realidade, a Comissão Nacional Justiça e Paz quer alertar os responsáveis políticos e todos os cidadãos para a importância de não esquecer o drama que se vive na região de Cabo Delgado (como outros que se vivem noutras partes do mundo), de reforçar a ajuda humanitária e garantir a segurança das suas populações e de não desistir de trabalhar para um futuro de justiça e de paz nessa região.
Lisboa, 15 de fevereiro de 2024
A Comissão Nacional Justiça e Paz