Na tarde de domingo, dia 7 de Janeiro, na Catedral de Évora, pelas 16h, o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, presidiu à celebração da Eucaristia da Solenidade da Epifania do Senhor.
A Eucaristia foi animada liturgicamente pelos Arautos do Evangelho e contou com a participação de muitos fiéis, que lotaram a Catedral.
À homilia, o Prelado eborense referiu-se à Epifania como “a revelação do rosto misericordioso e compassivo de Deus a toda a Humanidade”.
“Se na Solenidade do Natal a Luz de Belém brilhou para os de casa, os pastores das campinas de Belém, inseridos na cultura em que o Verbo de Deus encarnou, na Solenidade da Epifania a Luz de Belém interpela os de longe, os de fora, os mais distantes. Os Magos são aqueles que encarnam todas as culturas diferentes, expressões de busca de verdade por caminhos diversos”, disse, acrescentando que “a astrologia dos magos descobriu uma estrela diferente que os levou à revelação inimaginável de um Deus humanizado na Luz de Belém, celeiro do pão nas sendas da paz. A estrela do Magos venceu todas as dificuldades e todos os silêncios, levando-os ao encontro da Luz das Nações e dos Povos”.
“Celebrar a Epifania é comprometer-se com a revelação da beleza de Deus entre os de mais longe, entre todas as periferias existenciais e sociais. Periferias que podem marcar diferenças culturais, ideológicas, estéticas, morais e espirituais”, apontou.
“A solenidade da Epifania é uma eloquente cátedra com propostas e desafios de tolerância, respeito, valorização da diferença enquanto riqueza humana e complementariedade cultural e social. Só pela valorização dos talentos e das diferenças do outro se pode chegar à paz e à harmonia da convivência humana e fraterna”, sublinhou.
“Afinal aos pés da manjedoura e na companhia dos Magos nos encontramos na grande causa da humanização enquanto pedra basilar na construção da paz. Quanto a aprender para o nosso quotidiano”, disse, acrescentando que os “acolhimentos nas diferenças intergeracionais: a valorização e aprendizagem com os gritos de insatisfação e de exigência da verdade vindos das novas gerações. Precisamos que os jovens sejam jovens e não desistam de nos exigirem uma Igreja família, verdade e transparência”.
“No contexto deste interior sul ribatejano e centro alentejano surge a real necessidade da renovação da mão de obra para tantos serviços que já não encontram resposta no tecido social atual. Receber os imigrantes não é um favor mas uma necessidade urgente para muitas das tarefas que já não encontram resposta nas populações locais”, referiu o Arcebispo de Évora, sublinhando: “eis o desafio concreto e já em nossas terras, vivermos e convivermos com a diversidade de muitos que nos chegam do extremo oriente, como Nepal, Índia, Bangladesh, Paquistão e de outras distantes nações”.
“Desafios interculturais, inter-religiosos, de integração e respeito são nos colocados de modo crescente e em futuro previsível. Eis a atualidade desta solenidade da Epifania aqui e agora”, concluiu D. Francisco José Senra Coelho.
Depois da Eucaristia, os Arautos do Evangelho interpretaram um Concerto de Reis, que pode ser revisto aqui: