A Fundação AIS – Ajuda à Igreja que Sofre e a Arquidiocese de Évora lançaram o documento “Relatório 2023 – Liberdade Religiosa no Mundo”, no dia 24 de novembro, na igreja de Santa Clara, em Évora.
O evento, que teve entrada livre, contou com a presença do Arcebispo de Évora, D. Francisco José Senra Coelho e com a Presidente da AIS em Portugal, Catarina Martins.
A apresentação em Évora aconteceu em plena ‘Red Week’, a Semana Vermelha, em Portugal, que serviu de mote para a divulgação em várias dioceses dos dados mais recentes sobre esta questão compilados pela Fundação AIS.
“A AIS ABANA A NOSSA INDIFERENÇA”
Apesar do frio que se fazia sentir, foram várias as pessoas que se deslocaram até à Igreja de Santa Clara para a apresentação do Relatório da Fundação AIS sobre a Liberdade Religiosa no Mundo. Em Évora escutaram-se palavras fortes de apreensão perante a realidade que vem descrita no documento.
D. Francisco Senra Coelho comparou mesmo os perseguidos pela sua fé dos dias de hoje com Jesus Cristo, que também “foi ignorado no seu sofrimento”.
“Dá a impressão de que experimentam a mesma atitude de Cristo. E a mim impressiona-me ver que são os mais pobres que sofrem. Este testemunho supremo de fé não vem dos intelectuais, dos teólogos, vem dos pobres, dos que não têm sequer sapatos, dos que vivem com menos de 1 dólar por dia”, disse o Prelado eborense
Para o Arcebispo de Évora, é imperativo estar atento a “todas estas situações intolerantes”, a todos os que sofrem a violência por causa da sua fé. Estar atento e ser solidário para com eles. Esse foi o “desafio” que deixou a todos os que participaram em Évora neste evento da Red Week, a Semana Vermelha.
“Nós procuramos Cristo nos sinais dos tempos, na Igreja, mas temos também de procurar Cristo no pobre que está ao nosso lado e também nestes irmãos que são a Igreja perseguida. Mas ainda não temos esta cultura de encontrar Cristo nesta Igreja que sofre”, alertou. D. Francisco Senra Coelho teve também palavras de grande afecto para com a Fundação AIS, não só pela sua missão de solidariedade para com a Igreja perseguida no mundo, mas também pelo facto de estar presente com um núcleo em Évora, precisamente na Igreja de Santa Clara, onde decorreu a sessão.
“Quero saudar esta Fundação, a AIS, pois estando em Évora presta-nos também um serviço. Vocês são um sino que toca, uma luz que acende no meio da noite e que nos abana, que abana a nossa indiferença”, afirmou. “Quero agradecer também à AIS por vocês não se cansarem… Apoiar esta Fundação é apoiar a Igreja que Sofre”, disse a terminar a sua intervenção.
A Semana Vermelha da Fundação AIS ficou marcada, em Portugal, também pela iluminação de vermelho de diversas igrejas e monumentos, assinalando-se assim, para toda a comunidade, a importância de se falar da perseguição religiosa no mundo.
O Monumento ao Cristo-Rei, em Almada, pela sua simbologia, tornou-se quase no ‘ícone’ deste evento no nosso país, mas houve dezenas de localidades onde foi possível ver outros templos e edifícios cobertos de vermelho, representando a cor do sangue dos mártires. E foi também assim um pouco por todo o mundo.