Ao longo do ano de 2022, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre recebeu, a nível global, cerca de 146 milhões de euros de donativos, um valor nunca atingido em toda a história da instituição. Ucrânia e África foram o país e a região do globo mais beneficiados pela generosidade dos benfeitores da fundação pontifícia espalhados pelo mundo, incluindo Portugal, que voltou também a bater um valor recorde. Philipp Ozores, secretário-geral internacional da instituição, diz que foram “resultados incríveis” e que o nosso país está de parabéns…
São números impressionantes. Ao longo dos 12 meses de 2022, a Fundação AIS angariou através dos seus 23 secretariados internacionais, em que se inclui o de Portugal, 145.995.491 euros, quase mais 13 milhões do que em 2021. Este valor traduz a generosidade ímpar dos mais de 364 mil benfeitores individuais da instituição e permite alimentar a Igreja que sofre em tantos países do mundo. Também Portugal bateu todos os recordes, tendo angariado praticamente 4 milhões e trezentos mil euros em donativos, algo que foi destacado por Philipp Ozores, secretário-geral internacional da fundação pontifícia, que esteve de passagem pelo nosso país. “Graças a estes resultados incríveis, um recorde absoluto em Portugal, temos feito grandes coisas em todo o mundo, com mais de cinco mil projectos…”
Foram exactamente 5.702 projectos financiados em exclusivo graças à generosidade dos benfeitores da Fundação AIS nos 23 países onde a instituição está presente. Estes resultados são particularmente relevantes se tivermos em conta a situação de crise que resultou da invasão da Ucrânia pela Rússia. Uma invasão que tornou a própria Ucrânia no país central da ajuda disponibilizada pela AIS. A destruição causada desde a invasão das tropas russas em 24 de Fevereiro de 2021, e o número impressionante de deslocados e refugiados levaram a Fundação AIS a promover 353 projectos neste país ao longo de 2022. Foram projectos pensados especialmente para auxiliar sacerdotes, religiosas, seminaristas e outros elementos da Igreja que têm sido a mão amiga junto dos refugiados e de todos os que estão em situação desesperada. Com 9,5 milhões de euros, a Ucrânia absorveu quase 10 por cento de toda a ajuda da AIS durante o ano passado. Mas se olharmos para o mapa da solidariedade da Fundação AIS a nível regional, o continente africano foi a zona do globo que beneficiou mais da ajuda dos benfeitores, com 31,5%, seguida do Médio Oriente e da Europa Central e Oriental, com 18,1% e 17,7%, respectivamente. A América Latina recebeu 16,7% da ajuda e a Ásia e Oceânia 14,6%, sendo os restantes 1,4% destinados a outras áreas.
Quase 6 mil projectos
A divulgação dos resultados obtidos pela Fundação AIS ao longo do ano passado permite perceber também como é fundamental a existência de instituições que foram criadas para promover a solidariedade junto da Igreja nas regiões onde ela é mais ameaçada. A perseguição religiosa e a pobreza extrema, visíveis em tantos países, exigem uma ajuda constante que não tem parado de crescer. Os benfeitores da Fundação AIS em todo o mundo continuam a assegurar a esta Igreja que sofre a ajuda de que mais necessita. Ao longo do ano passado foram apoiados 972 projectos de construção, sendo que mais de um terço destes projectos foram para igrejas ou capelas. Mas houve também uma forte aposta na mobilidade dos agentes pastorais, dos sacerdotes e irmãs, dos catequistas, de todos os que vão ao encontro das comunidades cristãs, mesmo as que vivem em lugares mais distantes, muitas vezes sem estradas, quase sem acessos. Para todos eles, foram distribuídos 1. 253 veículos, incluindo 564 automóveis, 252 motociclos, 16 barcos, 11 autocarros e 4 camiões, bem como 406 bicicletas. Uma ajuda vital especialmente em África e na América Latina.
A Fundação também apoiou também a subsistência de mais de 40 mil sacerdotes através dos estipêndios de missa, e de cerca de 21 mil religiosas, bem como quase 14 mil seminaristas. No total, foram 5.702 projectos materializados em 1199 dioceses. Ou seja, a ajuda da Fundação AIS chegou a mais de um terço do total das dioceses da Igreja Católica em 128 países. De todos estes projectos, o mais dispendioso, foi o da restauração de um centro paroquial parcialmente destruído no Iraque, no valor de quase um milhão de euros, e o mais simples foi um programa de formação na Colômbia, no valor de apenas 300 euros. Ao longo do ano transacto, a Fundação AIS apoiou também projectos na área da informação e evangelização, nomeadamente através da publicação de literatura religiosa, campanhas de oração e de defesa dos cristãos perseguidos. Todo o trabalho da Fundação AIS é auditado, a nível mundial, pela empresa PwC [Price Waterhouse Coopers].
Carinho inexequível dos portugueses
Os resultados históricos obtidos em Portugal merecerem uma palavra especial de apreço por parte do secretário-geral internacional da fundação pontifícia que esteve de passagem pelo nosso país. Num breve encontro na sede da instituição em Telheiras, Lisboa, Philipp Ozores fez questão de “agradecer” pessoalmente “os fantásticos resultados” obtidos no nosso país pela Fundação AIS, sublinhando o carinho inexcedível dos benfeitores portugueses, “sempre tão leais, com tanta fé e de tanta oração, mas também com tanta generosidade”. Graças a eles, disse Ozores, “temos resultados incríveis, um recorde absoluto em Portugal, e com isso temos feito grandes coisas em todo o mundo, mais de cinco mil projectos que têm sido financiados com a ajuda de todo o mundo”.
Num Boletim que, entretanto, está a chegar a casa dos benfeitores em Portugal, a directora do secretariado nacional da Fundação AIS também agradece os resultados históricos obtidos no nosso país, lembrando que, através da generosidade de todos é possível chegar mais longe a mais pessoas em necessidade. Catarina Martins de Bettencourt lembra o apoio à Ucrânia, onde a ajuda à Igreja local tem feito toda a diferença. Mas destacou também outros países onde a AIS tem estado presente, como é o caso da Nigéria, Nicarágua ou Mianmar, por exemplo. “Com gratidão, constatamos que a nossa Obra conta com as bênçãos de Deus e que os nossos benfeitores ouviram os gritos, muitas vezes silenciosos, dos nossos irmãos cristãos em dificuldades. Isso permite-nos olhar com confiança para no futuro, onde, manifestamente, a nossa ajuda continuará a ser necessária”, escreveu a directora do secretariado português da Fundação AIS.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS