Citamos, com a devida vénia, as declarações do Arcebispo de Évora num artigo de balanço da vinda do Papa à JMJ Lisboa 2023, publicado esta semana no site da Revista Visão (Ler artigo aqui)
“Segundo o arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, o discurso do Papa no Mosteiro dos Jerónimos, logo no primeiro dia de visita, na passada quarta-feira, dirigido às fileiras eclesiásticas, “foi um despertar para toda a Igreja e não só para o clero”.
“O Papa quis-nos acordar para uma dimensão de empreendedorismo, de renovação, de criatividade. A visão, de que o Papa só tenha falado para o clero, é não só redutora, como já ultrapassada. Porque somos todos Igreja. Mas, obviamente, que me diz muito a mim, como bispo, é evidente; porque tenho uma missão específica, como pastor, de conduzir a Igreja”, disse, à VISÃO, Senra Coelho.”
“Senra Coelho assegura que o tom do Papa naquele encontro não diferiu de outras circunstâncias. “O Papa Francisco não é uma pessoa de diplomacias. O Papa Francisco diz o que tem a dizer. Como tal, não esteve a estudar o que é que ia dizer nos Jerónimos, para cumprir um protocolo ou para parecer bem. O que ele tinha a dizer à Igreja portuguesa, aos pastores e a todos os fiéis – a nós, todo o povo de Deus – era esse recado que todos ouviram: temos de ser céleres e não adormecer na fila, como o povo diz”, garante.”
“O Papa quis lembrar à Igreja portuguesa que a história avança, sem a Igreja ou com a Igreja. Veio lembrar à Igreja portuguesa que se não entrar no comboio da história, fica no apeadeiro. E que não podemos estar distraídos. Há algumas atitudes de desistência, de desalento, de algum comodismo? É, evidente, que sim. Ele deu-nos o recado que, como pai, pastor universal, sentiu que nos devia dar. Com toda a sinceridade, senti alegria por ele me dizer, a mim, bispo, aquilo que ele sente que devo, de facto, rever na minha vida; que me tenha dito, com clareza, que neste e naquele ponto há aspetos que devo parar e rever”, assumiu o arcebispo”
“Ou seja, disse, “naquele encontro foi apontada a necessária, e maior, abertura ao mundo, que está em transformação. Que estamos aqui para todos; não devemos excluir. Não deve haver elitismos, nem deve haver atitudes de exclusão, por quaisquer que sejam os motivos. A Igreja é para todos, mas há um caminho a fazer dentro da Igreja“.