Um Tejo de gente jovem desaguou esta tarde no Parque Eduardo VII, por estes dias chamado “Colina do Encontro”. E foi o primeiro grande encontro do Papa Francisco com os jovens da Jornada Mundial da Juventude.
As imagens impressionam, a alegria contagia, as múltiplas línguas expressam o entusiasmo destas centenas de milhares de jovens sorridentes, empunhando bandeiras e abrindo abraços, numa coreografia multitudinária que comove, envolve e interpela.
É perante esta massa imensa, este Atlântico de juventude, que Francisco proclama um discurso simples e fundo: tu importas, Deus ama-te e tu tens lugar na Igreja e no coração de Deus, como és.
A partir da ideia de que somos chamados pelo nome, Francisco insiste no valor de cada um, na autenticidade e na inclusão de todos. E pede aos jovens que repitam: “Todos, todos, todos”. “Somos a comunidade dos chamados. Não somos a comunidade dos melhores, mas somos chamados como somos”, insiste.
Fazendo referência à cultura contemporânea, o Papa alertou para os perigos da superficialidade e da artificialidade, em que o parecer se torna mais importante do que a verdade de que somos feitos. E vincou que, para Deus, “Somos amados como somos, sem maquilhagem”.
Foi um discurso de grande simplicidade, necessariamente genérico, mas foi a mensagem adequada a este primeiro encontro: tu importas como és, a Igreja conta contigo e o mundo precisa de ti.
É extraordinário ver um homem idoso e doente a ser o catalisador desta ventania de cor, alegria e esperança. Os crentes sabem que não é ele o centro, mas Quem ele representa. E estas Jornadas mostram bem que a juventude está aberta e à procura desse Deus da verdade que chama cada um pelo nome.
P. Manuel Vieira,
Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Évora