São os muitos os desafios que se colocam ao trabalho pastoral da Igreja Católica na Zâmbia. A falta de estradas, ou a péssima qualidade das que existem, é um dos maiores problemas que padres e irmãs e catequistas têm de enfrentar. Por isso, a Fundação AIS decidiu apoiar a Diocese de Mpika com 114 bicicletas. Os catequistas locais passaram a ter, agora, outra pedalada…
A Zâmbia, país situado no Sul de África e sem costa marítima, é um dos países mais estáveis do continente. No entanto, continua a enfrentar grandes problemas. A pobreza e a falta de infra-estruturas nas áreas da saúde, educação ou transportes, por exemplo, são alguns dos problemas que mais afectam os cerca de 17 milhões de habitantes que, na sua esmagadora maioria – cerca de 90 por cento – são cristãos. No entanto, a comunidade católica é bem mais pequena, não excedendo um quinto da população total. Um dos grandes desafios que a Igreja enfrenta é a disseminação das seitas, que frequentemente tentam atrair os fiéis católicos, especialmente em áreas onde há poucos sacerdotes. Face a esta realidade, a questão da mobilidade dos padres ganha um relevo muito especial. Como em quase todos os países em África, as paróquias na Zâmbia cobrem vastas áreas e incluem numerosas pequenas aldeias distantes por vezes muitas dezenas de quilómetros umas das outras. Não sendo possível à Igreja consertar as estradas, há que encontrar maneira de facilitar a missão dos que têm de viajar para dar assistência aos fiéis. É aqui que entra a Fundação AIS.
Um trabalho essencial
A Diocese de Mpika, na Zâmbia, é um exemplo da ajuda que a AIS está a fazer chegar à Igreja em África, facilitando a mobilidade. No passado mês de Março, foram distribuídas 114 bicicletas a catequistas. Na cerimónia de apresentação, que decorreu a 21 de Março e que contou com a presença de D. Edwin Mwansa Mulandu, o representante da associação dos catequistas, Stephen Chipasha, sublinhou a importância destas bicicletas para que a presença da Igreja aconteça mesmo nos lugares mais distantes, mesmo nas aldeias quase sem acessos. “Os catequistas são essenciais no ministério pastoral da diocese”, disse Chipasha, explicando que “ajudam também a preparar o povo de Deus para a celebração dos Sacramentos” além de que “gerem as sub-paróquias e, entre muitos outros deveres pastorais, orientam os momentos de oração.” Presente também na cerimónia, o padre Vito Milandile, vigário-geral da diocese, relembrou que os catequistas têm sido “essenciais para o trabalho pastoral da Igreja”, acompanhando, por exemplo, os missionários estrangeiros que estão na Zâmbia, exortando-os a cuidarem bem das suas novas bicicletas entregues pela Fundação AIS.
Catedral Santíssima Trindade
A ajuda da Fundação AIS à Igreja da Zâmbia tem-se materializado também em muitas outras áreas que não apenas nos transportes e na mobilidade. Ainda a 3 de Setembro do ano passado foi inaugurada uma nova catedral na Diocese de Monze. O edifício, cuja construção foi possível graças também à generosidade dos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre, procura dar resposta ao crescimento da população local e também à disseminação, na região, de igrejas protestantes. A catedral da Santíssima Trindade foi pensada por D. Moisés Hamungole que, infelizmente, faleceu em 2021 vítima da pandemia do coronavírus. Na cerimónia de consagração da nova catedral, o bispo de Monze, D. Raphael Mweempwa, recordou não só o seu antecessor como também o apoio de todos os que permitiram a edificação do templo. Numa mensagem enviada na ocasião para a Fundação AIS Internacional, D. Raphael não se esqueceu dos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre. “Graças às vossas orações e à vossa generosidade, este projecto foi concluído com sucesso. Por isso dizemos: obrigado. Garantimos-vos as nossas orações e pedimos ao nosso Deus de amor que vos continue a abençoar, assim como à vossa nobre missão.”
Um país no centro das atenções
Ao longo dos últimos anos, o apoio da fundação pontifícia para com a Igreja Católica na Zâmbia tem sido bastante vasto e inclui, além da edificação e manutenção de edifícios e a área dos transportes, a ajuda também na subsistência de comunidades religiosas, como é o caso, por exemplo, dos Carmelitas Descalços oriundos da Índia que estão a desenvolver o seu trabalho missionário na Diocese de Chipata, ou de um padre polaco, Adam Pergól, que é responsável, sozinho, por duas paróquias com cerca de quatro dezenas de comunidades… O apoio aos meios de comunicação social da Igreja tem também uma expressão muito significativa, com destaque para a Rádio Musi-O-Tunya.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS |