O Arcebispo de Lahore (Paquistão) que inaugurou, no domingo, dia 21 de maio, na igreja de Santa Clara, em Évora, uma exposição da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS), refere que é “muito perigoso ser cristão” naquele país.
Na inauguração da exposição, na Igreja de Santa Clara, sobre “os raptos e conversões forçadas de jovens raparigas e mulheres cristãs em vários países do mundo”, D. Sebastian Shaw fez um retrato da “situação difícil que os cristãos” enfrentam no seu país, lê-se num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
“Quem vai ajudar-nos? Quem vai falar por nós? Quem se preocupa com a nossa situação?” Estas perguntas, estes gritos são de Maira Shahbaz.
“Ela é uma jovem cristã que tinha apenas 14 anos quando foi levada à força de sua casa, na cidade de Madina Town, no Punjab.
Esta paquistanesa foi raptada, torturada, violentada por homens muçulmanos que queriam que ela se convertesse ao Islão, que queriam que ela casasse com um deles, que queriam que ela renunciasse ao cristianismo, refere o comunicado.
O drama por que passou esta jovem cristã é apenas uma das histórias da exposição “Oiçam os gritos delas” que a Fundação AIS inaugurou, em Évora, e contou com a presença do Arcebispo de Lahore, D. Sebastian Shaw.
O prelado fez um retrato da situação difícil em que se encontra a comunidade cristã no Paquistão perante algumas dezenas de pessoas, e afirmou que a questão dos raptos “é um grande problema”.
“Muitas vezes as raparigas cristãs são raptadas e desde que sejam convertidas ao Islão não podem voltar a suas casas”, explicou, acrescentando que tem havido reuniões com responsáveis do Conselho Islâmico para se sublinhar a ideia de que raptar alguém é sempre um crime.
“Quando uma rapariga é raptada, é um crime que é cometido. A sociedade civil e algumas ONG’s defendem isto, mas os grupos radicais não o entendem”, disse.
O Arcebispo de Lahore recordou ainda “diversos ataques contra a comunidade cristã” nos últimos anos e disse que “o governo pediu para se promover a proteção das igrejas”.
O evento contou também com a presença de D. Francisco Senra Coelho, tendo o responsável pela Arquidiocese de Évora anunciado que iria estudar a possibilidade de a comunidade local vir a ajudar a Igreja do Paquistão com a renúncia quaresmal do próximo ano.