A Cáritas Portuguesa está a celebrar, desde o dia 5 de março, a sua Semana Nacional 2023, que se prolonga até 12 de março, este ano tem como mote “O Amor que Transforma”.

Esta é uma iniciativa que junta “toda a rede Cáritas em Portugal dando visibilidade à ação da Cáritas no apoio direto a todas as pessoas que por alguma razão precisam de ajuda”, lê-se num comunicado Cáritas Portuguesa.

“O mote para esta Semana é expressivo da nossa maneira de estar no mundo perante a crise em que vivemos”, explicou o Diácono Luís Rodrigues, Presidente da Cáritas Arquidiocesana de Évora, em entrevista ao programa radiofónico “Ser Igreja”.

“Por estes dias, em toda a rede nacional, construída por 20 Cáritas, na terceira semana da Quaresma, que culmina com 3º domingo da Quaresma, organiza-se esta manifestação de apelo à solidariedade de todos para com o nosso trabalho”, disse o Presidente da Cáritas Arquidiocesana de Évora, adiantando que este ano, como em anos anteriores, estão a decorrer por estes dias “os peditórios de rua, com as tradicionais latinhas, sobretudo junto às grandes superfícies comerciais da nossa cidade. Este apelo também se realiza nos vários pólos Cáritas que estão distribuídos pela Arquidiocese”. “Além dos peditórios de rua, também decorre um peditório em formato online”, referiu, sublinhando que desta forma “todos podem ajudar a reforçar a ação da Cáritas no combate à pobreza e exclusão social”.

Atualmente a Cáritas Arquidiocesana de Évora, que coordena uma rede de 23 pólos ativos na Arquidiocese, dedica-se sobretudo à valência do Atendimento e Acompanhamento Social (SAS) na qual “desenvolvemos o atendimento das famílias, quer na cidade quer em todos os pólos”, explicou o Diácono Luís Rodrigues, referindo ainda que “algumas Cáritas Paroquiais desenvolvem algumas valências nas suas localidades”. “No caso concreto da Cáritas Arquidiocesana, na cidade de Évora, temos uma Creche, temos a Quinta de Santa Maria, onde desenvolvemos a Comunidade Terapêutica, estamos prestes a abrir um Lar direcionado para as pessoas que sofrem de demências, temos o refeitório social e desenvolvemos o apoio domiciliário quer na cidade, quer nos arredores, valência onde temos um grande número de inscritos”, adiantou o responsável.

O Presidente da Cáritas Arquidiocesana de Évora revelou ainda que no terreno já se começam a fazer sentir os efeitos das dificuldades económicas e sociais que o país está a enfrentar. “Infelizmente estamos a assistir a um volume crescente de procura dos nossos serviços. Por exemplo, em Fevereiro de 2023, o nosso SAS apoiou 144 famílias, quando esse número em Janeiro de 2023 tinha sido de 87 famílias, que já tinha sido maior do que o número de famílias que fora apoiado em dezembro de 2022”, referiu, sublinhando que “isto é sintoma do que está a acontecer e do que nos espera no futuro próximo, com o aumento de pessoas a procurar a Cáritas nas mais variadas situações, mas muitas delas relacionadas com os problemas da alimentação, dos pagamentos da renda de casa, de despesas de saúde, de despesas domésticas, de pagamento de outras dívidas… Enfim, as famílias começam a estar numa situação muito frágil. E estes números são indicadores de uma situação muito complicada que todos estamos a viver”.  

“Queremos deixar uma mensagem de esperança para aqueles que nos procuram. A Cáritas Arquidiocesana procurará corresponder, dentro do possível, às suas necessidades. Os nossos fundos não são ilimitados, mas estamos a fazer um esforço muito grande para não os deixar desamparados, sobretudo as situações das pessoas mais fragilizadas e com menos recursos”, sublinhou o Presidente da Cáritas Arquidiocesana de Évora, apelando “a todas as pessoas de boa vontade que correspondam ao nosso apelo nesta Semana Nacional da Cáritas para que contribuam, por pouco que seja, com um donativo porque esse dinheiro vai ser utilizado na ajuda àqueles que mais precisam”.

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