Centenas de pessoas participaram no funeral do Pe. Isaac Achi, que morreu queimado na sequência do ataque, dia 15 de Janeiro, por homens armados à residência paroquial em Kafin-Koro, na Diocese de Minna, onde vivia, e em que um outro sacerdote foi também ferido a tiro.

Foi com muita emoção que centenas de pessoas se despediram na sexta-feira, 20 de Janeiro, do Pe. Isaac Achi. A questão da insegurança na Nigéria, que atinge tão fortemente a comunidade cristã, e a memória da vida generosa deste sacerdote, foram os temas principais da homilia do Pe. Samuel Gwimi, cujo texto foi enviado entretanto para a Fundação AIS e que merece uma leitura atenta.

Perante D. Martin Igwemezie, Bispo de Minna, o Pe. Gwimi lamentou que “o problema da insegurança” na Nigéria já dure há demasiado tempo, e fez uma análise das causas de toda esta situação, associando-a principalmente ao “banditismo, aos sequestros, ao Boko Haram e ao conflito entre pastores e agricultores”. Sublinhando que este problema, que afecta milhões de nigerianos, se deve também à incapacidade das autoridades, que têm de passar a ser “pró-activas em vez de reactivas”, o Pe. Gwimi lembrou que “todo o sangue derramado inocentemente clama a Deus por justiça”.

Morte “brutal e perversa”

O Pe. Isaac Achi morreu no domingo, dia 15 de Janeiro, de forma dramática, no meio das chamas que reduziram a escombros a residência paroquial onde morava. Não se sabe ainda quem efectivamente atacou a casa, mas todas as hipóteses continuam a ser estudadas pela polícia. Na homilia, o Pe. Gwimi lembrou o assalto e que a notícia da morte do Padre Achi foi recebida “em choque” por todos os que o conheceram, respeitavam e admiravam. “A sua generosidade e hospitalidade não conheciam limites”, disse, acrescentando que o facto de ter sido assassinado “de forma tão horrível, brutal e perversa”, tornou tudo “ainda mais doloroso”.

Sequestro falhado

Na homilia, foi referido que os autores do ataque à casa paroquial pretenderiam muito provavelmente sequestrar o Pe. Isaac Achi, acreditando que iriam fazer bom dinheiro com isso. “Creio que os assassinos do Pe. Achi foram para lá na esperança de exigir um resgate pelo seu rapto. Se tivessem tido sucesso, teriam feito uma fortuna. O Pe. Achi era muito, muito popular e amado por pessoas de todas as idades. Basta levantar a cabeça e olhar à nossa volta”, disse, referindo-se às centenas de fiéis e amigos que ali estavam a despedir-se do sacerdote que era querido por todos. Se a homilia do Pe. Samuel Gwimi serviu para denunciar o estado de deplorável insegurança que se vive na Nigéria, foi também um momento para agradecer a generosa vida do Pe. Isaac Achi. E não se poupou nas palavras. “Foi um corajoso soldado e apóstolo de Jesus Cristo, o herói da comunidade de Kafin Koro.” Morreu como um crente em Cristo, o que, acrescentou, “é uma morte feliz com a recompensa da eternidade”.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS

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