No dia 11 de dezembro de 2022 às 18H00, apresentamos o mais recente órgão restaurado pela igreja de S. Francisco, num concerto com Alice Rocha, André Ferreira, João Vaz, Rafael dos Reis e o coro Capella de S. Vicente

PROGRAMA
Carlos Seixas (1704-1742)
Sinfonia em Fá maior
· Allegro
Kyrie

Giuseppe Antonio Paganelli (1710-1783)
Aria II
(XXX ariae pro organo et cembalo, 1756)

Giovanni Battista Martini (1706-1785)
Sonata nº 2 Op.5
· Aria – Allegro

Anónimo (Portugal, séc. XVIII)
Sonata em Si bemol maior
(Biblioteca Nacional de Portugal, MM 337)

Anónimo (Portugal, séc. XVIII)
Sonata em Dó maior
(Biblioteca Nacional de Portugal, MM 337)

Carlos Seixas
Tantum ergo

Giovanni Bernardo Zucchinetti (1730-1801)
Concerto para dois órgãos em Si bemol maior
· Spiritoso
· Allegro

Johann Christian Bach (1735-1782)
Sonata para dois órgãos em Dó maior
· Allegro
· Rondó

Carlos Seixas
Responsório «Ardebat Vincentius» In festo S. Vincentii

Marianus Müller (1724-1780)
Sonata pastorale a quattro organi per il Santo Natale

Carlos Seixas
Responsório «Hodie nobis caelorum Rex»

INTÉRPRETES
órgãos:
ALICE ROCHA
ANDRÉ FERREIRA
JOÃO VAZ
RAFAEL DOS REIS

CAPELLA DE S. VICENTE:
sopranos Mariana Moldão, Patrycja Gabrel, Joana Timóteo, Rita Carvão, Salomé Monteiro
altos Catarina Baptista, Marta Franco
tenores João Ávila Coutinho, João Borges
baixos Manuel Rebelo, Pedro Casanova
violoncelo Ana Raquel Pinheiro
contrabaixo Marta Vicente
direcção PEDRO RODRIGUES

Na Igreja de S. Francisco encontram-se as raízes profundas da história do organeiro italiano Pascoal
Caetano Oldovino (1713-1785) em Portugal. Veio para Évora em 1743 para construir o órgão
monumental da capela-mor. Em herança legou o seu órgão pessoal à igreja, um realejo com
decoração marmoreada.

Haveria de construir mais de trinta órgãos no Alentejo, dos quais estes quatro existem hoje na Igreja
franciscana eborense, totalmente recuperados na sua estética e sonoridade.

Em meados do séc. XVIII construiu dois órgãos de coro para as Clarissas do Convento do Salvador de
Évora. Um pertencia ao coro baixo do convento, de harmoniosa decoração com motivos florais. Está
na Sala da Tribuna Real.

O outro pertencia ao coro alto, de esplendorosa decoração em chinoiserie portuguesa setecentista,
dourada sobre fundo vermelho. Estava muito degradado e em vias de desaparecimento. A igreja de S.
Francisco abraçou o desafio de o salvar e recuperar.

Todo o trabalho de reabilitação destes 4 órgãos de Oldovino, levado a cabo por uma equipa
multidisciplinar nas especialidades de organaria histórica, musicologia, história de arte e
conservação e restauro, foi iniciado com as obras de requalificação integral da igreja em 2014-2015.

É no contexto do restauro do órgão em chinoiserie, culminar do grande investimento na cultura e no
património representado por este conjunto inédito de instrumentos musicais, no Alentejo e em
Portugal, que a igreja de S. Francisco apresenta este Concerto com 4 Órgãos – música no tempo de
Pascoal Caetano Oldovino. Cada um com a sua individualidade e sonoridade própria.

A ênfase do concerto será naturalmente direcionada para a apresentação do mais recente órgão
recuperado, o do coro alto do convento do Salvador, com decoração em chinoiserie.

Cada organista terá o seu próprio instrumento: João Vaz irá inaugurar este órgão, André Ferreira
terá a responsabilidade de tocar o órgão pessoal de Oldovino, Rafael dos Reis tocará o órgão da Sala
da Tribuna Real e Alice Rocha o órgão grande da capela-mor.

Aos organistas irá juntar-se o coro Capella de S. Vicente, sob a direção de Pedro Rodrigues.

As obras serão exclusivamente contemporâneas dos instrumentos, sendo interpretadas a solo obras
de autores portugueses e italianos de setecentos: Pedro António Avondano, Giuseppe Antonio
Paganelli, Giovanni Battista Martini, Carlos Seixas.

Será também executado um arranjo do Kyrie da missa de Carlos Seixas para coro e quatro órgãos,
esplendoroso exemplo do Pós-Barroco português.

O concerto tem o apoio da Direcção Regional da Cultura do Alentejo e da FCT – Fundação para a
Ciência e Tecnologia.

A entrada é livre, sujeita à lotação da igreja.

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