O Papa Francisco vai encontrar uma comunidade cristã vibrante na histórica vista ao reino do Barém que tem início hoje e se prolonga até domingo, 6 de Novembro. Segundo o Arcebispo Paul Hinder, actual administrador apostólico do Vicariato da Arábia setentrional, o Santo Padre vai encontrar uma multidão entusiasmada e seguramente que um dos momentos mais marcantes da viagem vai ocorrer no domingo, durante a missa de encerramento no estádio nacional.

“Conhecendo o nosso povo, será uma missa muito festiva”, afirmou o prelado durante uma conferência organizada a nível internacional na semana passada pela Fundação AIS. O arcebispo acredita que vão estar presentes cerca de 28 mil pessoas que irão encher por completo o recinto desportivo. Entre os presentes, espera-se que pelo menos cerca de duas mil pessoas venham da Arábia Saudita.

Com esta viagem, a trigésima nona do seu pontificado, Francisco dá mais um sinal da importância que atribui ao diálogo com o mundo muçulmano, após ter visitado já Marrocos, Azerbaijão, Egipto, Iraque e Turquia e Emirados Árabes Unidos.

Segundo o Arcebispo Paul Hinder, esta viagem deve ser vista como uma continuidade do que o Santo Padre tem vindo a fazer em outros países de maioria muçulmana. “O Papa não está a inventar nada de novo, há uma continuidade nos seus objectivos” disse, recordando que o Papa “já visitou vários países muçulmanos e sempre com o mesmo propósito: encontrar uma plataforma onde, sem comprometer as nossas crenças, possamos formar comunidades construtivas positivas para construir o futuro e contribuir para salvar o mundo”.

O Papa Francisco desloca-se ao Barém a convite das autoridades civis e eclesiásticas, com o objectivo também de participar na sessão de encerramento do “Fórum para o Diálogo”.

Ao contrário de outros países do mundo árabe, no Barém existe uma relativa liberdade de culto e isso é testemunhado no facto de ter sido o próprio monarca, o Rei Hamad bin Isa al Khalifa, a oferecer os terrenos para a edificação da Catedral de Nossa Senhora da Arábia, o maior templo da região do Golfo e que foi construída com o apoio dos benfeitores da Fundação AIS.

“A beleza do ministério aqui é lidar com cristãos activos. Não há necessidade de implorar para que venham à missa”, referiu o Arcebispo. “O nosso principal problema é a falta de espaço. Isso dá-nos satisfação e alegria”, disse ainda.

A fé vibrante da comunidade cristã não esconde os inúmeros problemas de quem está longe de casa. Na sua esmagadora maioria, os cristãos são trabalhadores vindos de países como Filipinas, Índia, ou Sri Lanka, por exemplo, e que conhecem, muitas vezes, o preço da exploração laboral. A começar no facto de que sempre que alguém perde o trabalho é forçado a abandonar o país.

E isso aconteceu, com grande dramatismo, por exemplo, durante a epidemia do coronavírus. “Centenas de milhares perderam seus empregos durante o Covid, e parece que esse processo pode continuar, pelo que há insegurança, pois têm famílias que dependem deles, seja no Golfo ou nos seus países de origem. As famílias separadas são outro desafio para o trabalho pastoral”, disse ainda o prelado.

O apoio a estas comunidades é um desafio, até porque as “estruturas da Igreja, em comparação com outros países, são relativamente pobres”, reconhece D. Paul Hinder. No entanto, “há solidariedade na Igreja, os pobres são muitas vezes generosos”. Uma generosidade que se tem revelado insuficiente face aos desafios que se colocam no dia-a-dia. Por isso, o administrador apostólico destaca a importância da ajuda recebida por instituições como a Fundação AIS.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS

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