1 a 9 de outubro em Évora

3º dia do Imaterial apresenta o encontro entre a cantora bretã Annie Ebrel e o contrabaixista italiano Riccardo Del Fra seguido dos sons do país basco com os Verde Prato


O Ciclo de Cinema Documental apresenta o filme Polyphonia, que retrata a amizade de  dois pastores de ovelhas que são amigos há anos, apesar das barreiras religiosas. Mário Lúcio Sousa, autor do Manifesto a Crioulização leva a debate a evolução da humanidade que inclui e que acolhe na sua essência a pluralidade de vozes do mundo
      O 2º dia do Imaterial ficou marcado pelo início do ciclo de cinema documental com a exibição do filme Like a God When He Plays. Destaque também pera a conferência Por um (MAT)rimónio Imaterial Negro e pelos sons da Índia na voz de Parvathy Baul e da catalunha nas vozes das Tarta Relena.   Parvathy Baul Tarta Relena   O 3º dia, traz às 15h30 no Auditório Soror Mariana o filme Polyphonia, realizado por Björn Reinhardt e Eckehard Pistrick e que será apresentado por Lucy Durán, curadora do Ciclo de Cinema Documental. Retrata a amizade de dois pastores de ovelhas numa comunidade remota nas montanhas albanesas de Shpati. Arif, muçulmano, e Anastas, cristão ortodoxo, que são amigos há anos, apesar das barreiras religiosas. A sua profunda amizade é constantemente fortalecida pela união na tradição local da polifonia “a capella”. É ainda um exemplo de como a música – mesmo nos Bálcãs – pode construir pontes entre pessoas e religiões.

Pelas 18h00 no Teatro Garcia de Resende, Mário Lúcio de Sousa leva a debate o Manifesto a Crioulização, uma poética de partilha para multiplicar. Músico, escritor e pensador essencial da cultura cabo-verdiana, Mário Lúcio Sousa é o autor deste Manifesto a Crioulização, no qual defende que todos os povos e todos os indivíduos são crioulos, uma vez que as evidências antropológicas apontam para múltiplas raízes na genealogia de cada habitante do planeta. Em defesa do conceito de “crioulização”, o manifesto defende uma identidade complexa e miscigenada, por oposição às tendências de demarcação de territórios pretensamente puros. É este o debate que o Imaterial vai proporcionar.

Às 21h30 no Teatro Garcia de Resende, sobem ao palco a cantora bretã Annie Ebrel e o contrabaixista italiano Riccardo Del Fra. O encontro entre a cantora bretã Annie Ebrel e o contrabaixista italiano Riccardo Del Fra aconteceu em 1996 e, pouco depois, esta incomparável união musical ficaria eternizada no álbum Voulouz Loar. A recente reedição do álbum leva-nos agora à redescoberta de um mundo delicado e inebriante. Annie Ebrel & Riccardo Del Fra integram a Temporada Portugal França 2022 à qual o Imaterial se associa desta forma.
A noite encerra com as vozes dos Verde Prato. A voz está no centro de Verde Prato. É um projeto a solo de Ana Arsuaga, e uma das mais originais e encantadoras revisitações musicais da tradição oral do País Basco que junta, como se sempre tivesse sido assim, cantos populares e cantos litúrgicos, melodias escutadas a antepassados distantes no tempo e uma eletrónica que é contemporânea sem fazer disso um manifesto. Com a particularidade que escolhe o euskera como língua para a sua criação. Verde Prato, contam com o apoio da Acción Cultural Española (AC/E), do Programa para la Internacionalización de la Cultura Española (PICE) e da Movilidad.
   
 A 2ª edição vai integrar concertos, um ciclo de cinema documental, conferências e o Encontro Ibérico de Música que reúne artistas portugueses e espanhóis. Auditório Soror Mariana, Claustros da Fundação INATEL, Palácio Dom Manuel e Teatro Garcia de Resende são os espaços que vão receber esta edição. Um festival, de acesso gratuito, que dá vida à expressão “património pensado e vivido” e que durante uma semana disponibiliza uma programação cultural alargada e eclética na cidade que, desde 1986, é Património Mundial Unesco.

A programação completa pode ser consultada em http://festivalimaterial.pt/.

O Imaterial é um projeto com organização da Câmara Municipal de Évora/DCP,  cidade candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027, em parceria com a Fundação Inatel e direção artística de Carlos Seixas.   E porque ouvirmo-nos é a melhor forma de percebermos quem somos e onde estamos, o Imaterial convida a que nos encontremos de novo em Évora. Porque este é, realmente, um festival que se pensa como lugar de encontro.        + Informações sobre o Festival Imaterial BILHETES | ACESSO AO IMATERIAL
Toda a programação Imaterial é de acesso gratuito, mediante lotação das salas onde se realiza cada sessão.
O acesso às sessões Imaterial implica a recolha de bilhetes que devem ser levantados no próprio dia em que se realiza a sessão, nas bilheteiras das respetivas salas.
Existe a possibilidade de reservar antecipadamente 4 bilhetes por pessoa, máximo, através do contacto 266 703 112.
Estas reservas apenas serão válidas até 1H antes do início de cada sessão.
Se os bilhetes reservados não forem levantados até 1H antes do início de cada sessão, máximo, a reserva perde a validade.
IMATERIAL 2022
Em época de globalização, é comum pensar-se que o mundo cabe no ecrã de qualquer telemóvel. Mas a imensa riqueza das culturas e dos povos que se espalham pelo planeta, e as suas formas de expressão só são verdadeiramente partilhadas quando público e artistas se olham e estabelecem um diálogo real.
O Imaterial acredita que é nessa presença que a escuta se apura, que as barreiras se destroem, que as diferenças e as afinidades se tornam uma ponte capaz de ligar duas margens. Uma ponte entre lugares e visões da vida, mas também entre passado e presente, entre os legados recebidos de gerações anteriores e reinventados para o agora.
No Imaterial, o “outro” só existe enquanto espelho de cada um. Só existe na descoberta de que o muito que nos separa é, afinal, aquilo que mais nos aproxima.     VÍDEO | 2º DIA DO FESTIVAL IMATERIAL
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