Não se afigura nada fácil a vida do novo presidente do Sri Lanka, eleito pelo parlamento na manhã de quarta-feira, 20 de Julho, após a fuga e renúncia do anterior líder deste país que atravessa uma profunda crise económica, política e social. Sinal disso, uma das primeiras medidas tomadas por Ranil Wickremesinghe foi a renovação do estado de emergência.
Com o país em insolvência, face a políticas desastrosas e corruptas, não conseguindo sequer já importar combustíveis, e com o aumento constante e brutal dos preços dos bens de primeira necessidade, o Sri Lanka vive tempos muito desafiantes.
Neste contexto particularmente difícil, a Fundação AIS avançou com uma ajuda especial para as dioceses deste país, correspondendo a um apelo nesse sentido por parte de diversos responsáveis da Igreja. É o caso do Bispo de Kandy e administrador apostólico de Chilaw. “A situação económica do país é muito grave. Há muita gente pobre, sem medicamentos nem comida. Há longas filas de quilómetros e quilómetros de pessoas que tentam comprar combustível, gasolina, leite em pó, açúcar, arroz, remédios… Inúmeras pessoas morreram nas filas enquanto esperavam para poder adquirir bens de primeira necessidade. Há crianças que morreram por falta de segurança em suas casas, pois seus pais estiveram ausentes por muito tempo.”
As palavras de D. Valence Mendis são um retrato do Sri Lanka, um país que parece sucumbir face às dificuldades gigantescas de uma economia em colapso. Isto afecta também a Igreja. Não consegue dar resposta às suas próprias necessidades, nem tem os meios necessários para ajudar a aliviar o sofrimento das populações. “Muitas pessoas perderam os seus empregos e os preços subiram astronomicamente. Não dá para nada. Os nossos sacerdotes e religiosos também foram severamente afectados pela crise”, explica o prelado, pedindo ajuda através de estipêndios de Missas para “assistência financeira a casas religiosas neste momento crítico”. Numa missiva enviada para a Fundação AIS o bispo pede ainda as orações de todos pelo Sri Lanka.
Este é apenas um dos inúmeros pedidos que a fundação pontifícia recebeu por parte de responsáveis da Igreja deste país asiático. Como resposta imediata, a AIS decidiu apoiar um total de 19 projectos de auxílio a sacerdotes e programas de ajuda de emergência para religiosos e catequistas. A ajuda total será de cerca de 460 mil euros.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS