Desde o início do ano já foram raptados na Nigéria cerca de duas dezenas de sacerdotes. Só na primeira semana de Julho, foram cinco. Apesar de a esmagadora maioria dos sequestros ter terminado com a libertação dos padres, há a lamentar três mortos. Em resposta a esta situação, que parece agravar-se de dia para dia, a Associação dos Padres Católicos Diocesanos da Nigéria convocou uma semana de jejum e de oração, com a celebração de missas e a recitação do rosário.
“Apelamos humildemente a todos os padres para que levem muito a sério” esta iniciativa, sem que isso ponha em causa “outras acções que possam estar a decorrer também nas várias dioceses” do país, afirma a associação num comunicado enviado para a Fundação AIS. A semana de jejum teve início nesta segunda-feira, dia 11 de Julho, e procura ser um alerta também para a situação dramática de aumento da violência que se está a viver neste país africano.
“É realmente triste que, no decorrer das suas actividades pastorais normais, os padres se tenham tornado numa espécie ameaçada”, diz a associação. “Têm sido feitas tentativas a vários níveis para clamar ao governo” por uma solução. “Mas como já observou a Conferência Episcopal – pode ler-se ainda no texto – é claro que [o governo] falhou no seu dever primordial de proteger a vida dos cidadãos nigerianos.”
No comunicado, os padres sublinham o carácter absolutamente pacifista da sua missão, rejeitando protestos de rua ou reacções violentas face à onda de raptos. “Não somos terroristas ou uma tropa para guerra”, dizem. “Transportamos connosco os Livros Sagrados e não armas. Cristo nunca nos encorajou a erguer armas contra ninguém, nem a tomar qualquer acção vingativa. Nós não pegamos nas armas, e não iremos fazê-lo.”
No comunicado da Associação, os padres da Nigéria sintetizam a sua missão com a defesa da vida e da paz, e assumem que assim vão continuar, apesar da ameaça que se faz sentir em quase todas as regiões do país. “Somos defensores da vida e da paz. Fomos chamados e enviados para pregar a boa nova aos pobres, dar liberdade aos cativos, libertar os oprimidos, curar os de coração partido, ligar as feridas… Temos estado a cumprir este apelo e assim vamos continuar.”
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PA | Departamento de Informação da Fundação AIS