A Direção Regional de Cultura do Alentejo e a Igreja de São Francisco organizam um concerto com a obra ‘VIA CRUCIS’ de Franz Liszt, para piano solo, interpretada pelo pianista Amílcar Vasques-Dias.
Franz Liszt, após uma estada em Roma em 1878, compôs VIA CRUCIS (VIA SACRA) entre 1878-79, uma das suas últimas obras. A versão original era para coro misto, solistas e órgão, mas, posteriormente, fez uma versão para coro misto, solistas e piano, e ainda uma outra para piano solo.
VIA CRUCIS é um caso especial na obra de Liszt, principalmente por se tratar de uma composição de grande serenidade, mas também porque atinge os limites da tonalidade até então vigente.
VIA CRUCIS combina canções em uníssono (Estações I e XIV) e corais inspirados nos corais de J. S. Bach (Estação VI), enquanto outrasestações consistem em órgão ou piano solo.
A obra só foi editada 50 anos após a sua morte, por iniciativa de uma Associação Coral inglesa.
O exercício da Via Sacra consiste na prática devocional religiosa, muito usual no período da Quaresma, na qual os fiéis percorrem, mentalmente e por via de orações próprias, ou também de forma física, as catorze estações ou passos realizados por Jesus durante sua caminhada para a crucificação, meditando, em simultâneo, na Paixão de Cristo.
Plano da obra
Introdução: Vexilla Regis (hino gregoriano) – (Ó Cruz, Ave)
1ª Estação: ‘Jesus é condenado à morte’
2ª Estação: ‘Jesus carrega a cruz às costas’
3ª Estação: ‘Jesus cai pela primeira vez’
4ª Estação: ‘Jesus encontra sua Santíssima Mãe’
5ª Estação: ‘Simão Cireneu ajuda Jesus a levar a cruz’
6ª Estação: ‘A Verónica limpa o rosto de Jesus’
7ª Estação: ‘Jesus cai pela segunda vez’
8ª Estação: ‘Jesus encontra as mulheres de Jerusalém’
9ª Estação: ‘Jesus cai pela terceira vez’
10ª Estação: ‘Jesus é despojado das suas vestes’
11ª Estação: ‘Jesus é pregado na cruz’
12ª Estação: ‘Jesus morre na cruz’
13ªEstaçao: ‘Jesus é descido da cruz’
14ª Estação: ‘Jesus é sepultado’
Amílcar Vasques-Dias nasceu em Badim, Monção, em 1945.Estudou Piano e Composição nos Conservatórios de Música do Porto e de Braga.Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Secretaria de Estado da Cultura no Conservatório Real de Haia, Holanda. Como pianista, interpreta a sua própria música, tendo realizado concertos em Portugal, Espanha, Holanda, Alemanha, Bélgica, França, Rússia, Canadá e Estados Unidos da América. Como compositor, recebeu encomendas de: Ministério da Cultura da Holanda, Fundação para a Arte de Amesterdão, Fundação para a Criação Musical, Fundação De Volharding, Fundação C. Gulbenkian, Instituto Camões, Ministério da Ciência e Tecnologia, Expo Mundial ’98, Musicamera Produções, Câmaras Municipais de Matosinhos, Porto, Évora e Lisboa no campo da música instrumental e vocal de câmara, eletroacústica, orquestra sinfónica, orquestra de metais, coro acompanhado ou a cappella, obras multimédia, ópera, e música para cinema e para teatro. A sua música tem sido tocada em Portugal e em outros países da Europa, da América e no Japão, especialmente em festivais de música contemporânea. Sobre libretos de Helena da Nóbrega escreveu as óperas Soror Mariana Alcoforado (2017) realizada e apresentada no Convento dos Capuchos (Almada) e em Évora; e Geraldo e Samira – uma ópera para Évora (2019) apresentada em dois espectáculos, em Évora, com produção de Musicamera.Foi mentor e director artístico do Encontro de Música do Alentejo do séc. XX.I de 1998 a 2009.