Respondendo ao apelo do Papa Francisco para uma jornada de oração pela paz na Quarta-Feira de Cinzas, celebrada no dia 2 de março, a Fundação AIS lançou um repto às comunidades religiosas contemplativas para se juntarem a esta iniciativa que se pretende global e em que as atenções de todos estão viradas especialmente para a Ucrânia, país que está a sofrer uma invasão militar em larga escala e que teve início no dia 24 de Fevereiro.

“Diante do horror desta guerra na Ucrânia, o Papa Francisco convocou a arma mais poderosa de todas: a oração. Todos nós estamos convidados a participar neste esforço. Nós, católicos, sabemos que as comunidades contemplativas são as nossas próprias forças de elite no que respeita a oração”, diz Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da Fundação AIS em mensagem enviada para Portugal e para os demais secretariados da instituição.

O desafio lançado pela fundação pontifícia para que comunidades religiosas contemplativas se juntassem a esta jornada, ampliando as orações pela paz pelos quatro cantos do mundo, teve uma resposta extraordinária.

Desde a Zâmbia, passado pelo Bangladesh, Bósnia, Angola, Brasil ou Peru, foram já muitas as comunidades contemplativas que reafirmaram a vontade de unirem as suas orações nesta prece global pelo fim da guerra na Ucrânia. As Clarissas na Zâmbia, por exemplo, enviaram mensagens para a Fundação AIS manifestando a sua “preocupação” pelo desenrolar dos acontecimentos, “implorando ao Senhor que tenha piedade”. As irmãs dizem que, depois da experiência dramática da Covid-19, o mundo “não precisava de outra guerra”.

Do Bangladesh, outra comunidade de Clarissas assumiu o compromisso de se juntar ao apelo da Fundação AIS. “Faremos tudo o que formos capazes para salvar a vida das pessoas. Estamos a jejuar duas vezes por semana, e a partir de Quarta-feira de Cinzas, durante toda a Quaresma, estaremos de pé durante o pequeno-almoço e o jantar”, explicam as irmãs.

Por sua vez, as Carmelitas, presentes em Sarajevo, recordam a importância da paz e dizem-no com a propriedade de quem já experimentou de forma dramática a própria guerra. “Sabemos o que significa sofrer com a força e a agressão, tanto aqui na Bósnia-Herzegovina como na Croácia. A guerra é uma experiência horrível pela qual temos passado”, dizem as religiosas numa mensagem também enviada para a Fundação AIS. “É por isso que estamos particularmente chocadas com os acontecimentos na Ucrânia e rezamos fervorosamente ao Senhor para trazer paz e liberdade ao povo ucraniano”, acrescentam.

O apelo à oração lançado pela Fundação AIS chegou também à África lusófona. De Benguela, em Angola, as Irmãs Dominicanas recordam que conhecem também “os horrores da guerra”, referindo-se aos longos anos de conflito armado neste país entre 1975 e 2002. “Porque vivemos tais atrocidades e sentimos as suas consequências na nossa própria carne… até chegar a paz. É por isso – afirmam as dominicanas de Benguela – que o nosso coração se despedaça só de pensar no sofrimento que os nossos irmãos e irmãs estão a suportar neste momento.”

Para o presidente executivo internacional da Fundação AIS, as religiosas e os religiosos contemplativos são “a força de elite” da Igreja e expressou a sua gratidão pela forma como este apelo para uma união em oração com o Papa Francisco tenha obtido um eco tão profundo.
“Recebemos o compromisso de muitas congregações religiosas de diversos países para apoiar esta iniciativa. Todos os continentes estão unidos neste apelo de oração. Esta é a visão da Igreja da humanidade como uma família que reza unida, e que vive segundo as leis do amor e não do poder”, diz ainda Heine-Geldern na mensagem enviada para os secretariados da Fundação AIS.

A Ucrânia vive uma situação dramática, mas a solidariedade do mundo tem-se feito também sentir não só no acolhimento aos refugiados – há já mais de 500 mil – como no apoio às populações que continuam a viver no país enfrentando bombardeamentos e ataques de extrema violência.

Uma solidariedade que foi reafirmada também pela Ajuda à Igreja que Sofre logo no primeiro dia de guerra, 24 de Fevereiro, com a fundação pontifícia a assumir o compromisso de enviar apoio de emergência no valor de 1 milhão de euros e que se destina, como explicou na ocasião Thomas Heine-Geldern, para os sacerdotes e religiosas que trabalham com refugiados, em orfanatos e em lares para idosos em todo o país.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS

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