A igreja de S. Francisco preparou para este Natal duas grandes atracções: a apresentação do “Presépio Évora”, que encomendou ao arquitecto António Bouça, exposto na nave da igreja, e a exposição temporária “Presépios de Lisboa e Vale do Tejo”, com peças da Colecção Canha da Silva, para ver na galeria norte.
PRESÉPIO ÉVORA
Presépio concebido segundo a ideia de recriar o nascimento de Jesus na cidade de Évora, na Praça de Giraldo, mais precisamente debaixo da arcada por onde se acede a uma livraria que, não por acaso, se chama Nazareth.
A cidade está representada da forma o mais aproximada possível, pondo em evidência quatro valores culturais do Alentejo que foram classificados como Património Mundial: o Centro Histórico – que lhe serve de cenário; o Figurado de Barro de Estremoz – a dar vida e alma à cidade; o Cante Alentejano – no grupo coral situado no adro da igreja de Santo Antão; os Chocalhos de Alcáçovas – representados sob as arcadas.
Os principais espaços da “Acrópole” e da praça principal, interpondo-se-lhes a simulação do casario da malha urbana que as separa e articula através da actual Rua 5 de Outubro, são ladeados pela Igreja de São Francisco e, no painel lateral esquerdo, por um segmento intramuros do aqueduto da Água de Prata.
Se o céu estrelado permite identificar diversas constelações visíveis em Dezembro na cidade, a multiplicidade de figuras oferecem uma grande fusão entre o passado e o presente, numa cidade que fervilha de vida e rejubila com a Boa Nova.
O conjunto, projectado durante 4 meses, demorou mais de um ano a ser executado. Não é demais assinalar que compreende:
* 45 construções, 8 das quais correspondem a edifícios de maior complexidade e elevado nível de pormenorização, como as igrejas, o templo romano, o aqueduto ou a fonte;
* 564 peças em barro que compreendem 236 figuras humanas, 205 figuras de animais e 123 objectos diversos num sem número de especificidades e singularidades;
* sistema de iluminação cuja intensidade é regulável nos diferentes sectores, sendo constituída por leds individualizados ou em fita, quer no interior dos edifícios quer nos candeeiros.
PRESÉPIOS DE LISBOA E VALE DO TEJO
Colecção Canha da Silva
Depois de um ano de interregno, retoma-se o ciclo de exposições temáticas que anualmente complementam o núcleo de peças da Colecção Canha da Silva, cerca de 250 peças de todo o mundo, aqui exposto em permanência. Este ano mostram-se peças de artistas da região de Lisboa e Vale do Tejo, para ver até Outubro de 2022, das 9h00 às 17h00, no horário de inverno, e das 9h00 às 18h30, no horário de verão.
Foram escolhidas 174 peças provenientes de uma vasta região que compreende integralmente o distrito de Lisboa e parte dos distritos de Santarém, Setúbal e Leiria.
O ciclo da Natividade vem aqui interpretado pela mão de grandes mestres barristas como José Franco, de Mafra; Vitor Pires, das Caldas da Rainha, a artista Maria Helena Lourenço, de Corroios; o notável autor de figurado Joaquim Paiva, de Torres Novas; as artes do têxtil e do papel (quilling e pergamano) nos magníficos registos do arquitecto Manuel Ferrão de Oliveira e de Esmeralda Serra; um conjunto de miniaturas digno de nota e outros tantos presépios de diversos autores do chamado artesanato contemporâneo.