Mary Onuoha é nigeriana mas vive no Reino Unido desde 1988. Enfermeira, 61 anos de idade, começou a trabalhar no Croydon University Hospital em 2002. A partir de 2015, como relata a agência de notícias católica Gaudium Press, começou a sofrer pressão por parte dos responsáveis do hospital para deixar de usar em serviço uma cruz ao pescoço, alegando “questões de segurança”.

Onuoha recusou, considerando que se tratava de “um ataque” à sua fé. “A minha cruz está comigo há 40 anos. É parte de mim e da minha fé, e nunca fez mal a ninguém”, disse a enfermeira cristã, lembrando que ninguém exigiu algo de semelhante às suas colegas de outras religiões.

“Neste hospital, há membros da equipa que vão à mesquita quatro vezes por dia e ninguém diz nada. Os hindus usam pulseiras vermelhas nos pulsos e as mulheres muçulmanas usam hijabs. Entretanto, a minha pequena cruz em volta do meu pescoço foi considerada tão perigosa que não permitiram que eu continuasse no meu trabalho”, acrescentou.

A pressão dos responsáveis do hospital não abrandou e Mary Onuoha viu-se forçada a pedir uma licença médica por esgotamento. No passado dia 5 de Outubro, apresentou-se no Tribunal de Trabalho de Croydon para dar início a um processo contra o hospital.

No mais recente relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, publicado pela Fundação AIS em Abril deste ano, é feita uma referência à chamada “perseguição educada”, que ocorre nos países desenvolvidos e que “inclui interferência nas liberdades de consciência, expressão e associação, recusa de acesso a certos empregos e programas educativos, e à justiça e serviços jurídicos, muitas vezes em nome de direitos ‘novos’ ou divergentes”.

PA| Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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