Nos dias 30 e 31 de outubro, mais de 750 cursilhistas de Cristandade participaram, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, em Congresso Nacional sob o tema: “O MCC numa Igreja em saída”.
Se a primeira razão para a proposta deste Congresso era a comemoração do sexagésimo aniversário do primeiro cursilho de cristandade realizado em Portugal, aos pés de Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Iria, quis a Providência de Deus que este Congresso se realizasse como primeira atividade do MCC pós-pandemia, tornando-se uma obra impulsionadora desta nova fase da vida humana, eclesial e cursilhista.
O primeiro dia do Congresso iniciou com a oração da manhã, momento muito profundo e centrado no encontro de Cristo com a Samaritana, texto evangélica que marca a teologia bíblica da experiência do cursilho de cristandade e que serviu de base ao grande rollo proferido pelo Arcebispo de Évora, Dom Francisco Senra Coelho. Do seu rollo realçamos duas ideias fundamentais: primeiro que o MCC é uma igreja em saída, pois existe para as pessoas afastadas de Jesus Cristo que, mantendo-se na sua realidade habitual, testemunham sem palavras mas com a vida o seu encontro com o Senhor, transformando a sua vida em verdadeiro meio de evangelização; a segunda ideia assentou na necessidade de formação teológica séria e profunda a fim se poder compreender, amar e dar-se razões da sua fé na vida de cada dia.
Ainda na parte da manhã houve um painel testemunhal sobre “o cristão cursilhista ao serviço da igreja” e contou com a presença de Dom António Augusto, bispo de Vila Real, do Padre Gonçalo Amaro, presbítero da diocese do Porto e três gerações de uma família oriunda também da diocese do Porto. Deste painel foi possível descobrir a beleza da necessidade da Igreja na vida dos cristãos cursilhistas, por um lado, e do espírito de fidelidade, de comunhão e de profunda lealdade e espírito de serviço à Igreja.
Após o almoço, a tarde iniciou com um painel testemunhal da inserção de cristãos cursilhistas nos seus ambientes profissionais com a presença da política Adelaide Teixeira, do selecionador nacional de futebol Fernando Santos, da reputada atriz portuguesa Maria José Paschoal, da enfermeira Margarita Gomez e do profissional de calçado Jorge Pinho. Foi um extraordinário momento de partilha onde deixaram aos presentes três ideias: primeiro, que somos um privilegiados por termos encontrado o Senhor nas nossas vidas; segundo, que o Evangelho não se explica, simplesmente se vive, na normalidade de cada dia, aceitando ou não empregos ou serviços a partir da sua vivência cristã; por fim, que o grande obstáculo à evangelização somos nós e os nossos julgamentos sobre as pessoas e os ambientes, quando o Senhor nos envia para amarmos os nossos ambientes e as pessoas. Da prática testemunhada, o Cónego José Batista, da Diocese do Porto, apresentou aos presentes onde nasce e assenta o imperativo do testemunho cristão e onde se alimenta o cristão que testemunha a sua fé, através do rollo “A Espiritualidade da Ação”.
A encerrar o grande tema da dimensão ambiental do MCC, jovens das 20 dioceses de Portugal marcaram a sua presença para, diante dos seus irmãos mais velhos, se colocarem ao serviço da Igreja e da sociedade. Depois de um tempo de testemunho, cada jovem apresentou a caraterística mais importante da sua diocese que, fundamentada pela Palavra de Deus, impeliu à disponibilidade para o anúncio do Evangelho, o qual terminou com a chamada dos diretores espirituais diocesanos, a quem se ofereceu uma estola que recordará este congresso e se entregou o jovem da sua diocese.
Já quase no fim deste riquíssimo dia, o Diácono Frederico Zagalo, Diretor Espiritual adjunto do Secretariado Nacional do MCC, apresentou uma pequena via-sacra escrita e rezada pelo Diretor Espiritual Nacional, Padre Ricardo Lameira e ilustrada pela Marta Sobral, cursilhista de Alcácer do Sal.
Para fechar com chave de ouro, o Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, Dom José Ornelas, veio ao Congresso partilhar com os presentes o que espera a Igreja do MCC.
O dia terminou com a participação na recitação do Terço na Capelinha das Aparições e no domingo integrámo-nos na recitação do terço e na Eucaristia do Santuário, onde o Reverendíssimo Núncio Apostólico em Portugal partilhou a mensagem do Santo Padre, o Papa Francisco, aos cursilhistas de Cristandade onde saudou os “cerca de cento e cinquenta mil irmãos e irmãs que, ao longo destes sessenta anos experimentaram pessoalmente o abraço misericordioso do Pai do Céu e disso mesmo deram provas com a alegria profunda e irreprimível que lhes brotava da alma cristã, aflorava aos lábios jubilosos e testemunhava o viver humilde de pecadores perdoados em Jesus Cristo; experimentaram a sua misericórdia como compaixão e partilha, como consolação e perdão”.