O arcebispo de Évora disse neste sábado, dia 30 de outubro, em Fátima, que o Movimento dos Cursilhos de Cristandade (MCC) deve encontrar “formas de dialogar com as novas sensibilidades” da sociedade, promovendo um impulso evangelizador.
“É necessário passar de uma experiência de fé tradicional e cultural a uma experiência de fé de convicção esclarecida, assumida na liberdade” referiu à Agência ECCLESIA D. Francisco Senra Coelho, durante o II Congresso Nacional do MCC.
O responsável proferiu a conferência de abertura dos trabalhos, com o tema ‘Cursilhos de Cristandade numa Igreja em saída’, assinalando que o impacto da cultura digital exige renovação.
“Vivemos um tempo de grande velocidade, de um dinamismo enorme, onde é necessária uma perspetiva de adaptação, versatilidade”, indicou o arcebispo de Évora.
O entrevistado desafiou os membros do MCC a oferecer aos outros a experiência de uma “libertação interior”, através do encontro com Jesus Cristo, indo ao encontro das pessoas que se sentem “marginalizadas”.
D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, partilhou com os participantes a sua visão sobre a importância do MCC na vida de uma diocese
“Quis reconhecer o trabalho importante do Movimento dos Cursilhos de Cristandade em Portugal, nestes 60 anos, em que muita gente ali despertou para o valor da fé, para o ser Igreja, para a sua consciência laical, de empenhamento”, declarou.
Para o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, os movimentos têm “um papel muito importante no presente e no futuro da Igreja”, como espaços de acolhimento, crescimento na fé e formação laical,
O II Congresso Nacional do MCC decorreu hoje no Centro Pastoral Paulo VI, do Santuário de Fátima, contando com vários testemunhos e partilha de experiência de quem fez estes cursos.
Fernando Santos, selecionador nacional de futebol, disse à Agência ECCLESIA que o testemunho de fé tem de acontecer “naturalmente”, assumindo que a sua forma de viver a fé mudou, há 27 anos, depois de um Curso de Cristandade.
“Quem é cristão, tem de perceber qual é o sentido, o significado de o ser”, respondendo à missão de evangelizar, deixada por Jesus, acrescentou.
Vítor Amaral Dias encontrou o MCC por causa de questões que se lhe levantaram, na leitura da Bíblia.
“Foi um desafio extraordinário que me apaixonou, que me contagiou, e agora estou também a tentar contagiar outras pessoas”, relata.
Margarita Gomez, enfermeira, fez o Curso há 14 anos, por proposta do capelão do Hospital onde trabalha.
“Foi um reforço grande na minha vida, na minha experiência de fé, que me leva a comprometer-me, cada vez mais, em missões, voluntariado”, aponta.
Joaquim Mota, presidente do Secretariado Nacional do MCC, assume a vocação de continuar a ser um movimento de “ligação” da Igreja com o mundo, através do compromisso dos leigos católicos.
Mais de 150 mil pessoas fizeram esta experiência, ao longo de 60 anos; o congresso quer celebrar esse percurso e “reanimar” o movimento nalgumas dioceses em que as atividades pararam, por causa da pandemia.
Os participantes vão reunir-se, este domingo, para as celebrações no recinto de oração do Santuário de Fátima.