A Igreja Católica em Portugal começa neste domingo, dia 31 de outubro a celebrar a Semana dos Seminários, iniciativa anual que decorre num momento de renovação e maior exigência na formação sacerdotal, segundo o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM).
“Formar padres para esta Igreja, para este tempo, para esta cultura, envolve hoje mais exigências, há um grande esforço feito nas dioceses para que seja uma etapa de crescimento, de encontro com Cristo, de formação de bons pastores”, disse D. António Augusto Azevedo à Agência ECCLESIA.
O bispo de Vila Real sustenta que todos os católicos devem estar envolvidos na formação dos futuros sacerdotes, uma missão “cada vez mais exigente”.
“O povo de Deus tem um grande carinho pelos seminários, esta é uma semana em que todos são chamados a rezar de um modo mais intenso por eles, também a ajudar no que puderem”, aponta.
O presidente da CEVM destaca, na entrevista, a dimensão comunitária da formação, que ajuda a evitar “clericalismos”.
“O seminário é uma comunidade muito importante, numa diocese”, acrescenta, antes de realçar a importância de formar padres que sejam capazes de colaborar com outros protagonistas e outros ministérios, “estando ao serviço das comunidades”.
A atual fase de renovação da formação sacerdotal quer fazer que os seminários vão proporcionando “uma formação mais adequada, do ponto de vista humano, intelectual, teológico e pastoral”
A semana anual dedicada aos seminários tem como tema, em 2021, ‘Para estarem com Ele e para os enviar a proclamar’, inspirado numa passagem do Evangelho de São Marcos.
Na mensagem publicada para esta celebração, o presidente da CEVM aponta a uma Igreja “mais sinodal e menos clerical”, na qual “se articulam os ministérios do presbítero, do diácono e dos leigos”.
“Este caminho de futuro pode começar a ser preparado nos seminários, mas vai precisar do compromisso de todos os cristãos. Aos presbíteros, os novos tempos vão exigir uma melhor formação em ordem ao cumprimento mais autêntico daquilo que lhes é específico: presidir, anunciar, santificar”, escreve D. António Augusto Azevedo.
O bispo de Vila Real assinala que esta semana é oportuna para “reconhecer” que os seminários são instituições marcantes em cada diocese, são lugares que “evocam memórias únicas, momentos e vivências inesquecíveis” do percurso pessoal e da história das Igrejas locais.
“É sobretudo ocasião para tomar consciência da realidade atual, que, em alguns casos, não deixa de ser preocupante, dado o reduzido número de alunos. Diga-se, porém, que esta situação não é nova, mas tem sido constante nas últimas décadas”, acrescenta.
Neste contexto, o presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios destaca também “sinais promissores” e tendências que “alimentam a esperança”, como a percentagem “cada vez maior” de candidatos ao seminário provenientes de “novos meios sociais e culturais e com percursos pessoais diversificados”, que é um sinal “digno de referência”.
Na mensagem ‘Seminário: estar com Cristo para ser enviado’, D. António Augusto Azevedo indica que o seminário é “uma comunidade formativa”, onde cada membro tem a possibilidade de “estar com Cristo e de O seguir como discípulo”, experimentando a familiaridade com a sua pessoa e “aprofundando o conhecimento da sua palavra”.
Para o responsável católico, é “indispensável” que todos os que fazem parte do seminário sintam “a comunhão, a atenção e o carinho de toda a comunidade diocesana”.
A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios publicou online diversos materiais para a vivência da Semana de Oração pelos Seminários, como uma oração, a catequese com os adolescentes ‘Levanta-te… Há um convite para ti’, mistérios do Rosário e uma vigília de adoração.
Fonte: Agência ECCLESIA