As autoridades chinesas lançaram uma nova estratégia com vista à limitação das actividades religiosas consideradas ilegais. Segundo o jornal ‘China Christian Daily’, na província de Heilongjiang, situada no nordeste do país, entrou em vigor recentemente um sistema de recompensas para quem realiza estas denúncias, podendo receber uma verba até mil yuans, ou seja, cerca de 130 euros.
Este sistema visa detectar a infiltração ilegal de estrangeiros, mas também poderá permitir o acesso às autoridades comunistas sobre “atividades transregionais não autorizadas, pregação e distribuição de obras religiosas impressas e produtos audiovisuais fora dos locais de culto”, assim como “doações não autorizadas, ou reuniões em casas particulares”.
As denúncias podem ser realizadas por telefone, ‘email’ ou por carta. No mais recente relatório publicado pela Fundação AIS sobre liberdade religiosa na China e publicado em Abril do corrente ano, pode ler-se que este país está a viver “a mais séria repressão desde a Revolução Cultural”. “A política é mais centralizada, a repressão é mais intensa e generalizada, e a tecnologia está a ser aperfeiçoada para a criação de um Estado de vigilância”, pode ler-se ainda no referido relatório.
No documento elaborado pela Ajuda à Igreja que Sofre reconhece-se que, “sob a actual liderança de Xi Jinping, as perspectivas para a liberdade religiosa, e os direitos humanos em geral, estão a tornar-se cada vez mais frágeis”, e que “sem uma liberalização política significativa à vista, a repressão e a perseguição continuarão e, com os instrumentos da tecnologia moderna, tornar-se-ão ainda mais intrusivas e generalizadas.”
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS