O antigo reitor da Universidade de Évora (UÉ) Manuel Ferreira Patrício morreu neste sábado, dia 11 de Setembro, aos 82 anos, revelou a academia alentejana.

Fonte da UÉ indicou à agência Lusa que Manuel Ferreira Patrício morreu esta manhã no Hospital Santa Luzia, em Elvas, no distrito de Portalegre, onde estava internado.

Nascido em Montargil, no concelho de Ponte de Sor, Portalegre, a 23 de setembro de 1938, Ferreira Patrício foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2012, pelo então Presidente da República, Cavaco Silva.

O ex-reitor era licenciado em Filosofia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, doutorado em Ciências da Educação, especialidade Filosofia da Educação, e agregado em Teoria da Educação e em Axiologia Educacional.

Ferreira Patrício foi reitor da UÉ entre 2002 e 2006, instituição onde foi docente, presidente do Conselho do Departamento de Pedagogia e Educação e do Conselho Pedagógico, entre outros cargos.

Foi com “profunda consternação” que tomámos conhecimento do falecimento do Professor Manuel Ferreira Patrício, declarou neste sábado, dia 11 de Setembro de 2021, Ana Costa Freitas, Reitora da Universidade de Évora,

“Deixa-nos um considerável e eloquente legado, tendo sido um pioneiro, um homem que dedicou a sua vida, persistente e coerentemente, às suas convicções e a quem a Universidade de Évora e o país muito devem. O seu lugar na História e na memória desta Academia está assegurado, não apenas pela sua erudição, mas também pela sua personalidade cordial, afável e atenta a todos os que o rodeavam”, disse a Reitora da UÉ.

O antigo Reitor da Universidade de Évora, um dos pedagogos mais eminentes do século XX e um exímio filósofo da Educação, preconizador de uma educação pluridimensional assumida como a solução mais viável para promover a plena igualdade de oportunidades no ensino, construiu um modelo educativo designado como “antropagógico”, “conceito destinado a promover o homem integral ao longo de toda a vida e da vida toda”, como escreveu em 1983. 

Sobre o pensamento filosófico do Professor Manuel Ferreira Patrício, Luís Sebastião considera-o “(…) sempre ousado, criador, capaz de submeter cada premissa a um escrutínio critico, sistemático e impiedoso”, sendo que, para J.M de Barros Dias “Montargil, em sentido telúrico, e o Alentejo, em termos de compreensão anímica, deram, a Manuel Patrício, o sentido do mundo.”

A Reitora da Universidade de Évora decreta três dias de luto académico pelo falecimento do antigo Reitor, Professor Doutor Manuel Ferreira Patrício, enderençado, em nome da Reitoria da Universidade de Évora e da sua Comunidade Académica, sentidas condolências aos seus familiares, amigos e colegas.

Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1966), doutorado em Ciências da Educação, especialidade Filosofia da Educação (1984) e agregado em Teoria da Educação e em Axiologia Educacional pela Universidade de Évora (1992), foi Reitor da Universidade de Évora entre 2002 e 2006, instituição onde foi docente entre 1976 e 2006, foi presidente do Conselho do Departamento de Pedagogia e Educação (1976-1993), do Conselho Pedagógico (1990-1993) e do Conselho Diretivo (área Departamental de Ciências Humanas e Sociais, entre 1991 e 1993), coordenador da secção de Filosofia e Pedagogia e diretor da comissão do Curso de Filosofia (1996-2002).

O pedagogo foi, ainda, diretor-geral do Departamento do Ensino Superior do Ministério da Educação (1993-1996), presidente da Comissão de Planeamento da Região Sul (1978-1979), do Instituto de Inovação Educacional do Ministério da Educação (1987-1989) e do   Conselho Científico da Escola Superior da Educação de Beja (1990-1993).

Da extensa galeria de distinções que reconheceram o mérito do seu trabalho, constam a outorga do Doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Porto, em 2002, a Medalha de Mérito Municipal, Classe de Ouro, pela Câmara Municipal de Évora (2006) e a Grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2012.

  É autor de vasta obra nas áreas da Pedagogia, da Filosofia, da Filosofia da Educação, da Cultura e da Música. Fundou e dirigiu as revistas “Inovação” (1988-1999), “Escola Cultural” (1992-1994), e “Revué” (2004-2005) e dirigiu as revistas “Noesis” e “Educação e Liberdade” (1989-1990). Publicado em 11.09.2021

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