A explosão de uma bomba a 12 de Agosto em New Rafah, uma localidade situada na região do Sinai, no Egipto, causou a morte a oito soldados, incluindo um oficial, e deixou ainda seis feridos com gravidade. O ataque foi reivindicado pelo Daesh, o grupo terrorista que se auto-intitula de Estado Islâmico.
Este grave incidente veio aumentar o sentimento de insegurança que se vive na região, palco de ataques não só contra as forças de segurança mas também contra a comunidade cristã.
Sinal dessa violência foi a divulgação, em Abril, de um vídeo do assassinato cruel de um cristão copta, Nabil Habshi, de 62 anos, e que havia sido sequestrado em Novembro do ano passado por elementos daquele grupo extremista.
Um dos motivos por que Nabil foi executado a tiro terá sido o seu envolvimento na construção de uma igreja em Bir Al-Abd, precisamente na região do Sinai.
No vídeo da execução, que os terroristas divulgaram nas redes sociais, tal como a Fundação AIS então revelou, um dos algozes “acusa explicitamente” o cristão por “ter contribuído financeiramente para a construção da igreja”.
O assassinato deste homem, que a comunidade local já considera como um “novo mártir”, gerou dor e consternação. A Igreja copta descreveu-o como “um servo fiel” que deu “testemunho da sua fé até ao sacrifício de sangue”.
A região norte do Sinai continua a ser muito problemática para a comunidade cristã, mesmo após as operações militares desencadeadas pelo exército e forças de segurança contra grupos jihadistas que operam com relativa facilidade nesta zona.
No Relatório da Fundação AIS publicado em Abril deste ano sobre a Liberdade Religiosa no Mundo constata-se que “a tolerância para com os cristãos continua a ser reduzida” em todo o Alto Egipto, com “inúmeros incidentes” que confirmam “que a violência pode irromper a qualquer momento”.
Nesse Relatório, o Egipto está catalogado no grupo de países com o segundo grau mais grave (com a cor laranja), por ter um “governo autoritário” e por haver casos de “extremismo islamita e discriminação, crimes de ódio e violência desencadeada por motivos religiosos”.
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