Dezenas de padres e irmãs já morreram na América Latina ao longo do ano passado e no primeiro trimestre de 2021 em consequência da pandemia do coronavírus, sendo que a Venezuela é um dos países mais afectados, tal como o México, Peru, Colômbia e Bolívia. Na Venezuela, e de acordo com dados da Conferência Episcopal a que a Fundação AIS teve acesso, cerca de 10% dos sacerdotes já foram infectados pelo coronavírus, sendo que 24 acabaram mesmo por morrer.
Sinal da situação muito difícil que se vive neste país da América Latina, na semana passada a organização Médicos Unidos da Venezuela lançou um alerta afirmando que a pandemia está descontrolada. “É cada vez mais evidente que não há controlo da informação. Não há controlo da morbilidade. Não há controlo de óbitos. Não há controlo do que acontece nos hospitais e não há controlo da vacinação. Este é um alerta. A pandemia na Venezuela está fora de controlo”, diz aquela organização não-governamental numa mensagem publicada nas redes sociais.
A Conferência Episcopal destaca, por sua vez, o trabalho abnegado que a Igreja tem vindo a fazer, por vezes em condições mesmo muito difíceis, sempre com o propósito de ajudar as populações mais empobrecidas e que estão em maior dificuldade face às consequências devastadoras da epidemia.
Os bispos venezuelanos sublinham que os sacerdotes têm cumprido “a sua vocação de serviço à comunidade como ‘Médicos da Alma’ e fazem-no sabendo que, mesmo depois de tomarem todas as precauções e de cumprirem com todas as regras de higiene, correm o risco de serem infectados e, portanto, correm também o risco de morrer”.
Regina Lynch, responsável por projectos da Fundação AIS a nível internacional, referiu-se recentemente ao desafio enorme que a Igreja enfrenta nestes países junto das populações mais atingidas pela pandemia, procurando realizar o seu trabalho por vezes de forma heróica.
“Apesar das muitas vítimas mortais, os padres e religiosos continuam a seguir a sua missão, apoiando aqueles que adoeceram com o Covid19 e consolando os fiéis que sofrem tão severamente tanto nos países acima mencionados como noutros em todo o mundo.”
Esta responsável recorda que “os padres e as religiosas muitas vezes contraíram a doença enquanto prosseguiam o seu trabalho heróico de dedicação e serviço aos mais necessitados ou cuidando da saúde da alma”.
Em 2020, a Fundação AIS apoiou um total de 146 projectos relacionados com o trabalho da Igreja na América Latina e a pandemia do coronavírus.
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