Primeiro foram apenas gritadas palavras de ordem mas, ao fim de algum tempo, grupos de manifestantes que se apresentavam como militantes “antifa”, começaram a agredir com socos e pontapés alguns dos fiéis que participavam numa procissão, sábado, dia 29 de Maio, em memória dos católicos martirizados durante a chamada “Comuna de Paris” em Maio de 1871, nomeadamente o Arcebispo D. Georges Darboy.
Segundo D. Denis Jachiet, Bispo Auxiliar de Paris, citado pela agência de notícias católica Gaudium Press, a procissão reunia fiéis de cinco paróquias da Diocese de Paris, juntamente com algumas associações, e era apenas uma manifestação religiosa sem motivos políticos. “O objetivo era puramente religioso, não havia nada de político na nossa iniciativa. Famílias, idosos, jovens escoteiros… uma procissão simples e familiar”, disse o prelado.
As autoridades sabiam do evento mas disponibilizaram apenas um agente da polícia para acompanhar a procissão. Ao fim de algum tempo, e na descrição da Gaudium Press, os fiéis foram atacados “por um grupo de encapuzados que se denominavam ‘antifa’ que começaram a tirar bandeiras das mãos dos fiéis, arrancar dando socos e pontapés aos que participavam da procissão”. Ao mesmo tempo, pode ler-se ainda, “garrafas e arame farpado foram atirados contra o cortejo”. “Um dos participantes católicos ficou gravemente ferido na cabeça e teve de ser hospitalizado.”
Em resultado do ataque e perante a incapacidade de se defenderem, os fiéis refugiam-se na Igreja de Nossa Senhora da Cruz. O único agente da polícia enviado pela câmara municipal “pediu reforços e tentou interpor-se entre os agressores e os fiéis, armado com gás lacrimogénio”. A procissão terminou e os fiéis permaneceram na igreja até terem chegado reforços das forças de segurança para que pudessem abandonar o local em segurança.
No Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado pela Fundação AIS sobre o período entre 2018 e 2020, são referidos diversos ataques contra a comunidade cristã, que indiciam uma situação relativamente preocupante. Houve um ataque islamita em que um homem munido com uma faca mata três pessoas numa igreja em Nice, em Outubro do ano passado. Nesse mesmo ano, houve ainda uma tentativa de fogo posto na Catedral de Rennes, em Junho e registaram-se vários outros incidentes com incêndios intencionais em igrejas. O Relatório da Fundação AIS refere nove casos, além da destruição e vandalização de imagens e símbolos cristãos.
Na memória de todos está ainda o assassinato brutal do Padre Jacques Hamel, de 85 anos de idade, em plena igreja em Saint Étienne-du-Rouvray, um subúrbio de Rouen, no nordeste de França, em 26 de Julho de 2016. A causa de beatificação do Padre Hamel, degolado por dois extremistas islâmicos, foi iniciada logo no ano seguinte, em Maio de 2017. A Fundação AIS recordou o exemplo deste sacerdote como um dos “Mártires e Heróis por Amor”, na Quaresma deste ano.
Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal