3.ª PARTE
O Escapulário, a Arma de N.ª Sr.ª e também a nossa Arma!
Quem foi São Simão Stock?
Nasceu em 1165 no Condado de Kent em Inglaterra. Desejou ainda bastante jovem, com 12 anos, consagrar a sua vida a Deus, mas os seus pais não o consentiram.
Mesmo contra a vontade dos pais, partiu de casa, procurando a solidão e vivendo como eremita.
Para sua habitação, escolheu o tronco de uma árvore. Daí lhe vem o nome de Stock, que significa “tronco “.
Anos mais tarde, terminou os seus estudos e abandonou a solidão.
Foi ordenado Padre, em 1245, e mais tarde, foi eleito Geral. Dedicou toda a sua vida ao serviço da Santíssima Virgem Maria e, a 16 de Maio de 1265, partiu para a Eternidade.
Como usar o escapulário?
Não basta comprá-lo na loja e pô-lo. Para o usar, ele tem que ser benzido e imposto, a primeira vez, por um sacerdote no ritual da imposição!!!!
Não devemos usá-lo meramente, como um amuleto de sorte ou um protector mágico, que nos isenta de viver as exigências cristãs e que nos garante a salvação eterna, sem esforços da nossa parte.
Deve ser usado com fé e consciente do “pacto”, que fez com a Mãe de Deus, fazendo-se merecedor desta grande protecção e crescendo na imitação das virtudes da Virgem Maria.
Se Ela nos concede um sinal de protecção, nós, da nossa parte, também lhe devemos demonstrar uma profunda gratidão por esta predilecção. Por isso, todos os dias, Lhe devemos oferecer uma oração mariana: A Consagração diária e a reza do Santo Terço, ou do Santo Rosário, o ofício de Na. Sra. da Conceição ou três Avé Marias, etc, etc, etc.
Depois que lhe é imposto pelo sacerdote, o escapulário deve ser sempre usado, de dia e de noite.
Não lhe sendo possível usar o original de pano todo o tempo, então pode ser substituído pela medalha, em que na frente esteja cunhada a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, atrás, a do Sagrado Coração de Jesus. Existem em diferentes materiais, sendo o mais corrente, o de pano, mas também o de prata e até de plástico, pois facilita o seu uso na praia, na piscina ou no banho.
Se já tiver um, tem que apresentá-lo ao sacerdote, para receber a bênção específica do escapulário (caso ainda não tenha sido benzido) e lhe ser imposto, no Ritual da Imposição do mesmo.
Quando estiver gasto, não o deite fora, pois é um sacramental. Enterre-o, agradecendo a Deus a Graça deste Manto de Maria ou Veste de Maria.
Quem pode receber o escapulário?
Não é um amuleto mágico e protector, que nos isenta de viver, seguindo as exigências e preceitos cristãos!!!!! Não é um bilhete de 1.ª classe para o Céu.
É antes um lugar ao lado de Maria, onde caminhando com Ela e sob a Sua Santa protecção e guia, crescendo nas Suas virtudes, aprendemos a viver nesta vida, de modo a caminhar para o céu.
Então, todos os leigos que quiserem, de qualquer idade, podem receber o escapulário, se estiverem em estado de poder receber os Santos Sacramentos.
Até bebés, crianças e jovens podem e devem receber esta grande protecção de Maria, especialmente nestes tempos de aflição e perigo que atravessamos. Tempos houve, em que ele era imposto, logo após o Sacramento do Batismo.
Quando São João Paulo II foi alvejado e sendo levado para a cirurgia, implorou em desespero, segurando as mãos do seu secretário: – “promete-me que não deixas que me tirem o escapulário, promete!!”
O Ritual da Imposição do Escapulário
Procurado e desejado por muitos leigos, até mesmo fora de Évora, vinha sendo imposto, nos anos anteriores à pandemia…
Normalmente realiza-se no dia 16 de Julho, dia de N.ª Sr.ª do Carmo, ou do Carmelo.
Só pode ser imposto uma vez na vida.
Infelizmente e devido ao confinamento, não foi possível dar-lhe continuidade, no último ano. Temos contudo, a esperança de o conseguir este ano, mas tudo dependerá da situação pandémica que se viva à data.
Logo que tenhamos a certeza da sua realização, comunicaremos todos os detalhes necessários, para o mesmo. Se não for possível nesta data, então tentaremos numa data posterior, a ser avaliada.
O ritual é em si, como que composto por três partes: A Benção do escapulário; A Imposição do escapulário e o final do ritual, em que o sacerdote esclarece e aconselha os leigos, agora já Carmelitas da Ordem Terceira de Pé Descalço e fazendo parte da Família Carmelita, a viverem a espiritualidade Carmelitana.
Em caso de perigo de vida, podemos nós mesmos, impô-lo a um moribundo, ou agonizante, que o queira receber ou nós deduzamos, que a pessoa em causa, o quisesse receber, se se pudesse manifestar e, simultaneamente fazer uma oração a N.ª Sr.ª do Carmo, pedindo a salvação desta pessoa e da sua alma.
Atenção, para esta imposição, só pode ser usado um escapulário já benzido pelo sacerdote.
M.F.H.
Na próxima semana: – As Indulgências do escapulário; Testemunhos dos Milagres; Oração de Consagração a Nossa Senhora do Escapulário, ou Nossa Senhora do Carmo (trazer para o Ritual); Outras orações para o ritual. (trazer para o ritual).
(A 4ª parte continua na próxima semana)
2.ª PARTE
A arma de Nossa Senhora,
o Escapulário e a sua Protecção
Era bastante comum na Idade Média, composto por duas longas tiras compridas, de pano castanho, enfiadas pela cabeça, abertas dos lados, uma cai para a frente e outra para as costas, com largas alças, colocadas sobre os ombros. Para os leigos, foi reduzido a dois bocados de pano castanhos, ligados por dois fios ou a uma medalha, com caraterísticas inerentes ao escapulário: de um lado tem o Sagrado Coração de Jesus e do outro Nossa Senhora do Carmo .
Ele tem a ver com um momento histórico muito difícil da Ordem dos carmelitas.
Os eremitas que viviam nas grutas do Monte Carmelo, após a tomada islâmica da Terra Santa, foram obrigados a migrar para a Europa.
Quando chegaram a Inglaterra, encontraram vários obstáculos para aí se estabelecerem. Por um lado, os carmelitas tinham um estilo de vida bastante diferente das demais Ordens religiosas; por outro, não eram bem-vindos,devido à crise económica que se atravessava e a concorrência às esmolas aumentava. O Carmelo estava mesmo em perigo de se extinguir.
São Simão Stock, seu superior geral, suplicou por ajuda à Virgem do Carmelo, de quem era muito devoto.
A sua oração não foi em vão, segundo testemunhos da Ordem, no dia 16 de Julho de 1251, no convento de Cambridge, Nossa Senhora do Carmo apareceu-lhe e entregou-lhe um escapulário de pano castanho, dizendo:
“O Escapulário será para ti um privilégio e, quem morrer piedosamente revestido com ele, será preservado do fim eterno”, ou seja, não padecerá a perdição do fogo eterno.
Mais tarde, Nossa Senhora do Carmelo apareceu ao Papa João XXII e transmitiu-lhe a seguinte mensagem:
“A quem tiver usado piedosamente o meu Escapulário durante a vida, eu, Mãe bondosa, desço ao Purgatório no primeiro sábado após a sua morte e livrá-lo-ei e conduzirei para o céu”.
Isto é o Privilégio Sabatino – “E quem morrer piedosamente revestido com ele, não padecerá a perdição no fogo eterno”.
Esta grande Graça espalhou-se pelo mundo e então muitos devotos de Nossa Senhora, conhecendo esta protecção mariana, quiseram também trazê-lo consigo. Surgiu assim entre os carmelitas, o costume de “impôr” às pessoas que o quisessem, um escapulário de dimensões mais pequenas e de igual modo castanho.
Todos os leigos que receberem a imposição do escapulário, ficarão a fazer parte da família carmelita, ou seja, será um Carmelita de Pé Descalço da Ordem Terceira (que nada tem a ver com o andar sem sapatos, mas com as reformas efectuadas na Ordem Carmelitana) .
Muitos leigos usam este Sacramental, como se fosse um amuleto para dar sorte. Mas lembrem-se do que disse Nossa Senhora: “usar piedosamente”, quer dizer, viver uma vida cristã, de amor a Deus, a Seu Filho e à Mãe de Deus, cumprindo as exigências de vida de um bom cristão, mostrando-Lhe o nosso agradecimento, devoção e fervor. E como é que lhe mostramos o nosso amor e devoção?
Pela recitação do terço diário, ou do Santo Rosário, a visita a uma imagem de Nossa Senhora, ou até mesmo a simples recitação de 3 Ave-Marias…
O uso da veste de Nossa Senhora, não nos garante a salvação eterna, sem esforços da nossa parte.
A finalidade desta devoção ao escapulário é: pedir a proteção de Maria e imitar sua vida, procurando praticar as mesmas virtudes que ela praticou.
M.F.H.
E o Escapulário?
1.ª PARTE
Como já vinha sendo habitual nos últimos anos em Évora, no dia 16 de Julho, era feita a imposição do escapulário. Este ano, tudo dependerá da situação pandémica do momento.
O Escapulário, no início, era pouco conhecido pelos leigos, mas a pouco e pouco, foi-se tornando conhecido e até já vinham interessados de outras cidades pedir para receberem aqui a imposição do escapulário castanho (carmelita). A imposição até chegou a ser feita em Estremoz, a pedido de um pároco.
Este sacramental, que durante décadas era imposto logo no dia do baptismo, infelizmente caiu no esquecimento durante dezenas de anos.
Muitos católicos habituaram-se a carregar consigo: amuletos, objectos de feitiçaria, orações para dar sorte, figas, meias luas, pulseiras dos olhinhos, a mão de Fátima… etc., etc., etc.
Eles não sabiam, que na sua Igreja, na Igreja Católica, existe um baú que está repleto dos mais valiosos tesouros!!!
Basta abri-lo, pois está acessível a todos os que o procuram e encontram lá dentro as maiores riquezas, que existem em todo o mundo!
Ele tem os Santos Sacramentos, as Bênçãos, a Consagração à Virgem Maria e ao seu Imaculado Coração, a Consagração ao Sacratíssimo Coração de Jesus, o Santo Rosário, o Santo Terço à Virgem Maria, o Terço da Divina Misericórdia, O Santo Escapulário, a Água Benta, e outros Sacramentais, etc., etc., etc.
É a isto que nós, os católicos, temos de recorrer para nos protegermos, pois é Deus quem no-los oferece e não falsos intermediários!
E eles são uma pura oferta de amor, não custam dinheiro nenhum. Custaram sim, a vida de Jesus, Nosso Senhor, que morreu na cruz para nos salvar.
E nós vamos recusar a Sua oferta e ofendê-Lo, batendo à porta de falsos profetas?!
Nas próximas semanas iremos contar a História do escapulário e os milagres, que por sua intercessão, têm acontecido.
Siga-nos nas próximas semanas.
M.F.H.