“Estamos a enfrentar uma crise terrível, algo que nunca vi nem experimentei na minha vida”, diz a Irmã Christin Joseph, em mensagem enviada para a Fundação AIS desde a Índia. A religiosa fala das consequências da segunda vaga da pandemia do coronavírus que está a atingir este país de forma brutal. “É um simples e patético colapso de todo o sistema, especialmente o sistema nacional de saúde”, descreve a irmã desde o Convento de Santa Cruz, na cidade de Calcutá.

“A cada dia chegam notícias de morte de sacerdotes, de irmãs, leigos, colaboradores, amigos e animadores de pequenas comunidades. O sentimento de pânico entre as pessoas na Índia é muito palpável…” A Irmã Christin decidiu partilhar através da Fundação AIS o sentimento de impotência que por estes dias atravessa todo este grande país asiático. Os números da pandemia são uma tragédia. No início deste mês já se haviam contabilizado mais de 20 milhões de infecções e mais de 220 mil mortos.

A irmã fala em situações de desespero nos hospitais, sem capacidade para acolher todos os doentes, sem conseguir sequer disponibilizar botijas de oxigénio para auxiliar as pessoas em situação mais difícil. “Pessoas desesperadas fazem fila em frente das urgências dos hospitais por uma cama ou oxigénio”, diz a religiosa revelando a existência já de anúncios nas redes sociais com pedidos de adopção para crianças que perderam os pais na pandemia. Fala numa situação muito triste. “Os anúncios nas redes sociais sobre a adopção de crianças órfãs devido a pandemia são de partir o coração. É uma situação muito, muito triste.”

A mensagem revela um enorme sentimento de impotência. A Igreja católica está mobilizada para tentar acudir às situações mais difíceis, procurando congregar esforços, lançando campanhas de ajuda, nomeadamente ao nível alimentar.

“As nossas dioceses e congregações religiosas estão a unir-se como grupo de trabalho para estar ao lado das pessoas, ajudando as instituições com recursos e cuidados médicos para os pacientes Covid. Estamos a preparar também um serviço de aconselhamento ‘online’, grátis, 24 horas por dia, para ensinar a lidar com o pânico. Também procuramos alimentar as pessoas que têm falta de alimentos. Em alguns lugares organizamos serviços de ambulâncias para poder transportar os doentes para os centros Covid19.”

Perante a dimensão da tragédia a irmã pede as orações do mundo. Pede as orações de todos através da Fundação AIS. “O Senhor”, diz, “é o único que nos pode ajudar…”

“Neste momento, qualquer coisa que se faça é pouco e não se chega a nenhum lado porque as necessidades, a dor e o sofrimento são muito grandes. O Senhor é o único que nos pode ajudar. Por isso, meus queridos amigos da AIS, quero pedir humildemente as vossas orações, para que Deus nos ajude a encontrar o caminho e a força para proteger-nos e para proteger a nossa gente que está a sofrer esta pandemia. Vocês sempre nos apoiaram na nossa dor, nas nossas necessidades, nas nossas lutas… Hoje precisamos das vossas orações.”

A Fundação AIS lançou entretanto um apelo aos benfeitores e amigos da instituição em Portugal, procurando sensibilizá-los para a urgência da ajuda à Igreja na Índia no contexto da emergência provocada pela pandemia do coronavírus.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais

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