A Terras Dentro – Associação para o Desenvolvimento Integrado, com sede em Alcáçovas, organizou um Webinar sobre os “Principais Desafios para o Alentejo 2030”, tendo como ponto de partida o impacto do trabalho desenvolvido pelos Grupos de Ação Local (GAL), o qual juntou, online, mais de 60 participantes, interessados em debater os desafios para a região nos próximos anos.

Perceber como as populações e os agentes locais podem preparar-se e definir conjuntamente estratégias que contribuam para o desenvolvimento da região, foram os temas de partida dos oradores Magda Porta, especialista em avaliação de políticas públicas de desenvolvimento rural e António Covas, Professor catedrático da Universidade do Algarve. Luís Chaves, coordenador da Federação Minha Terra, foi o moderador.

A estratégias de desenvolvimento levadas a cabo pelos GAL “é bastante positiva”, considerou Magda Porta, na sua intervenção, salientando ter “havido um grande investimento dos GAL para dar respostas às necessidades dos territórios, os quais têm vindo a incrementar as suas estruturas de proximidade e desenvolvimento de projetos. Esta proximidade é um fator crítico de sucesso para a implementação e para os resultados práticos dessas estratégias”.

Magda Porta considera “que o papel dos GAL tem sido bastante mais relevante para o desenvolvimento dos territórios do que qualquer avaliação feita, tenha até hoje, demonstrado”.

O Professor António Covas, na sua intervenção, considerou ser este “o momento fundamental para se pensar o que vai ser o terceiro ciclo do movimento associativo de base local na próxima década”, até pelos vários problemas do dia a dia, que enfrentam, para gerir todo este desenho de multinível.

Ao nível das oportunidades e desafios, que se avizinham, António Covas, fixa-os no Programa Operacional Regional e nos Eixos transversais no Alentejo, os quais passam por, cobertura digital de banda larga, literacia digital, aposta na regeneração do capital natural, no apoio ao envelhecimento ativo e por uma rede ecológica básica entre os grandes complexos que existem no Alentejo, Sines, Aeroporto de Beja, Alqueva e os complexos mineiros alentejanos, entre os quais podem ser realizadas ações piloto.

O Professor António Covas, vê que no plano regional há uma maior legitimidade política nas CCDR e nas CIM e nos municípios, os quais têm de encontrar um modus operandis que beneficie toda as pessoas da região. E, as Comunidades Intermunicipais (CIM), devem fazer leituras transversais no seu território eliminando a fronteira municipal, criando um contrato de desenvolvimento territorial da CIM com uma subvenção a qual permitirá todas as ações integradas de base territorial.

O Professor da Universidade do Algarve, deixou, neste Webinar, exemplos de áreas onde as Associações de Desenvolvimento Local (ADL), podem ter um papel crucial, como sejam, as comunidades locais de energia renovável, programas de eficiência energética do parque habitacional, de eficiência hídrica e de mobilidade elétrica e gestão modal. E, ainda, nos cuidados de saúde e nos serviços de proximidade e ambulatório.

Para António Covas o desenvolvimento do Alentejo, passa muito pela modernização digital das fileiras tradicionais, pela transformação digital de novas cadeias de valor e pelo rejuvenescimento empresarial, defendendo mesmo, a criação de uma escola empresarial na região.

Uma Escola de artes e tecnologias em cada NUT2 é o que defende António Covas para os jovens que podem ser os futuros empresários das comunidades inteligentes do Alentejo. ”Não podemos enfrentar os novos problemas com os empresários do passado, se não fizermos a passagem de testemunho não vamos conseguir avançar”, disse.

Igualmente, a investigadora, Magda Porta olha para o tecnológico e digital, defendendo a sua transferência para os territórios rurais, sendo importante que neles se aplique o que já foi feito nas cidades. A estas oportunidades juntam-se, na sua opinião, as propostas da Rede Leader 2020, que passam pela inovação social, economia circular, sector agrícola e florestal. Outras áreas importantes, podem ser os circuitos curtos agroalimentares e os serviços sociais de proximidade.

Magda Porta, defende que os GAL definam que estratégia devem os territórios e as comunidades prosseguir no desenvolvimento, dando como exemplo, de fator diferenciador, a animação territorial a qual pode em sua opinião, ser “fundamental para se trazer investimento para os territórios”, sendo, a animação “importante para manter a vivacidade das parcerias. E, bem implementada, tem um forte potencial para mudar atitudes e a permeabilidade das comunidades”.

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