O Arcebispo Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Greco-Católica da Ucrânia, que está em comunhão com Roma, afirma que o país espera e deseja a visita do Papa Francisco. Em declarações à Fundação AIS, o prelado contou a história de uma senhora já idosa que o abordou recentemente e que lhe disse que “quando o Santo Padre vier e tocar em solo ucraniano, então a guerra chegará ao fim”.

O desejo desta senhora e de toda a Igreja foi alimentado pelo convite, em Março, do primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, que na visita ao Vaticano deixou expresso esse convite formal.

De acordo com o Arcebispo, a notícia da reunião entre o Papa e o chefe do governo foi bem recebida dentro do país. “Foi um bom sinal de que a relação entre o Estado da Ucrânia e a Santa Sé possa ser um meio não só para prevenir qualquer escalada no conflito da Ucrânia, mas também para promover o diálogo e a reconciliação.”

Em causa está a situação no leste do país em que parte do território está ocupada por separatistas que segundo a Ucrânia são apoiados por Moscovo. Ainda em Abril, o Papa Francisco voltou a apelar ao fim das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, lamentando as movimentações de tropas que Moscovo fez avançar para a região e lembrando a “grave crise humanitária” que afecta milhares de pessoas.

“Observo com preocupação os acontecimentos em algumas áreas do leste da Ucrânia, onde nos últimos meses aumentou a violação do cessar-fogo, e com inquietação o aumento da atividade militar”, disse o Santo Padre que voltou a apelar ao fim da tensão entre os dois países e pediu “gestos capazes” de estabelecer a confiança recíproca e favorecer a paz.

O conflito na região oriental da Ucrânia, iniciado em 2014, provocou já cerca de 13 mil mortos e 30 mil feridos. É neste contexto, agravado pela pandemia do coronavírus, que a Caritas europa pediu recentemente que fosse facultado o acesso “sem obstáculos” às populações que vivem na região e que precisam de receber ajuda humanitária. O presidente da Caritas Europa, Mons. Michael Landau afirmou, no início do mês de Maio, após uma visita à região, que se trata de garantir um princípio básico do direito internacional.

Citado pelo Vatican News, o responsável afirmou que “garantir um acesso seguro e sem obstáculos a todas as pessoas necessitadas é um princípio fundamental do Direito Internacional Humanitário”, acrescentando ter sido pedido “a todas as partes que respeitem esses direitos e a dignidade humana das pessoas que não fizeram nada de errado, mas têm a infelicidade de morar em casas que se encontram naquela que se tornou uma zona de combate”.

Perante uma realidade tão incerta, cresce na Ucrânia o desejo de que o Santo Padre visite este país europeu. Nas declarações à Fundação AIS, o Arcebispo Sviatoslav Shevchuk sublinhou a importância da visita até pelo facto de o Papa Francisco referir de forma muito constante a sua preocupação pela situação neste país. “Estamos muito gratos ao Santo Padre pelo seu apoio contínuo, pelas suas orações e solidariedade com a Ucrânia e o povo Ucraniano”, disse. A Ucrânia é, desde há anos, um país prioritário para Fundação AIS. Desde que o conflito eclodiu na região leste, tem crescido a ajuda às dioceses católicas nas zonas mais devastadas pela guerra.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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