Instalação, fotografia e escultura vão inaugurar a vida futura da Fábrica Aliança, o novo projeto cultural de Arraiolos. Depois das bicicletas híbridas, da roupa e das frases de músicos, escritores e atores espalhadas por ruas e praças, a E-Panther chega às artes. “O que estamos a construir é pioneiro”, afirma Mário Domingues. “Arraiolos é o local ideal para este tipo de experiências”.
A antiga Fábrica Aliança, em Arraiolos, fundada em 1925, vai dar lugar à Nave de Design da E-Panther. O seu centro de exposições vai inaugurar no próximo sábado, 22 de maio, com três exposições: a instalação “Pink Punk”, de Bruno Pereira; esculturas em metal reciclado, de João Concha; e “Fábrica Aliança”, fotografias a preto e branco de Jorge Simão que fixam uma memória daquele espaço anterior à sua atual transformação em projeto cultural.
Haverá também um espaço dedicado à Cartografia Nacional com a exposição de cartas de distribuição da Vinha, Sobreiro, Oliveira e Pinheiro em Portugal. O designer Henrique Leitão é o curador das quatro exposições, as quais contam ainda com a peça “Manifesto”, de Senhor Vulcão, que contém uma única palavra – “mansidão”. Para breve estão agendadas exposições da pintora Graça Paz e do fotógrafo brasileiro Ricardo Maia, residente em Madrid.
A Fábrica Aliança, uma antiga unidade industrial de massas situada na saída de Arraiolos para Espanha, é o novo elemento da E-Panther. No outono de 2020 este projeto disponibilizou 31 e-bikes (bicicletas híbridas) e uma “Experience Store” da Riese & Müller no centro da vila, tendo depois lançado uma linha própria de roupa. A partir de 30 de abril a E-Panther começou a espalhar pelas paredes das ruas e praças de Arraiolos frases de 30 convidados que vão desde o escritor Valter Hugo Mãe, à cantora Márcia ou ao ator Ivo Canelas (ver Lista de Frases e Fotos Manifesto em anexo).
A inauguração das exposições contará com um encontro do grupo “Chez Simon” (nome de um quadro do Museu do Louvre, em Paris), promovido pelo fotógrafo Jorge Simão: chefs de cozinha, músicos, cantores, fotógrafos, críticos, jornalistas e respetivas famílias irão cozinhar, tocar, cantar, escrever e fotografar juntos ao longo de sábado e de domingo. Estarão presentes os chefs Miguel Castro Silva e José Júlio Vintém, os artistas Kátia Guerreiro, Marta Pereira da Costa, Rogério Charraz e Rodrigo Costa Félix, a escritora Filipa Martins, o crítico Fernando Melo, a jornalista Catarina Carvalho, o fotógrafo Luís Filipe Catarino, entre outros. Haverá também uma prova de vinhos da Herdade de Coelheiros.
“Os projetos e os eventos da E-Panther são um convite para mudar de estilo de vida e para conviver com pessoas de todo o mundo que gostam destes projetos que estão a acontecer em Arraiolos”, afirma Mário Domingues, responsável por este projeto que envolve muitos parceiros. “Entre outras coisas, a E-Panther é também um projeto de novo turismo que contribuirá para transformar a imagem desta região e da sua oferta”.
Mário Domingues e a sua mulher, Paula Cabrito, são também responsáveis pelo projeto Casas Caiadas “Boutique Home” e “Open House”, unidades de hospedagem nos arredores e no centro de Arraiolos. A primeira, o “Retiro de Natureza”, recebeu em 2016 o prémio da categoria de design da revista Monocle, Most Tasteful Renovation, e foi considerada em 2018 pelo Sunday Times Travel Magazine como “um dos seis melhores retiros do mundo”. Em 2020 abriu ao público a Open House, que deve o seu nome às suas muitas janelas e às cinco portas que ligam o edifício a duas ruas distinta. Premiada no seu ano de abertura – “Guesthouse of the Year” Award | Travel & Hospitality Awards” – o novo “Retiro Cultural” das Casas Caíadas inspira-se na natureza e na cultura viva da região e reúne peças de design assinadas pelos designers João Bruno Videira, Malga Ceramic Design, Carlota Ceramics e pela artista Graça Paz.
Manifestos com frases de artistas e escritores até 30 de setembro
Pelas ruas de Arraiolos vão estar, até dia 30 de setembro, manifestos com frases de artistas e escritores. “Dança como um poema declamado com o coração fora da boca”, é a frase de Ana Lacerda, bailarina da Companhia Nacional de Bailado. Pedro Abrunhosa afirma que “De costas voltadas não se vê o futuro”. E Rita Redshoes enviou a frase: “Poisa Amor em tudo o que vês”.
A intenção é mostrar ao mundo o talento dos escritores, atores, artistas, poetas e músicos, portugueses e estrangeiros. Segundo o curador deste projeto, Bruno Pereira, “são palavras que juntas dizem muito do que vemos e sentimos. São o reflexo do que vai dentro, do que mexe connosco, de que somos feitos”
“O que estamos a construir em Arraiolos é uma experiência pioneira dirigida de Portugal para o mundo, ou seja: para todas as pessoas que procuram lugares que preservam e respeitam o seu caráter genuíno e lhe acrescentam elementos de modernidade como a mobilidade, o design, a cultura ou a arte”, afirma Mário Domingues. “Arraiolos é um local ideal para este tipo de experiências”.