Neste Ano de S. José, Patrono da Igreja e neste dia festivo de S. José Operário, saúdo com apreço e profundo respeito o chamado “Mundo do Trabalho”, e todos os trabalhadores, operários e profissionais. Faço-o no contexto desta situação pandémica no conhecimento existencial de muitas situações de sofrimentos acrescidos por uma pós-pandemia com dolorosas consequências sócio-familiares, porém ainda não definidas em todos os seus contornos.
Desde a Rerum Novarum (15.05.1891) até à Laborem Exercens (14.09.1981) que os Papas e a Igreja têm dedicado a maior atenção à questão social, na sua ligação com a Revolução Industrial e com o aparecimento de diversas correntes filosóficas, algumas das quais evoluíram para ideologias partidárias, base de revoluções políticas.
Évora conta entre os seus Arcebispos com um dos expoentes da questão social, D. Augusto Eduardo Nunes (1885-1920), que soube reflectir esta temática nos seus primeiros momentos em Portugal.
É importante que cada cristão assuma na sua cidadania os desafios que o actual contexto coloca. Os esforços da LOC e da JOC, merecem a nossa comunhão e atenção. Que cada comunidade e cada cristão vivam em compromisso de solidariedade afectiva e efectiva as normas com que nos podemos cruzar ou conviver nos momentos actuais.
Que a dimensão social das comunidades cristãs e os Movimentos Sócio-caritativos sintam em uníssono os apelos dos sinais dos tempos e os desafios do Papa Francisco.
Que a comunhão de todos os cristãos não abdique desta dimensão de uma Igreja em saída, em absoluta atenção às periferias que poderão ser de apelo solidário e fraterno. Que saibamos permanecer atentos às questões dolorosas como o caso dos emigrantes e do desemprego.
Discípulos Missionários da Esperança, com gestos eficazes de compromisso, eis o desafio a que desejamos dizer Sim.
Évora, 1 de maio de 2021
+ Francisco José Senra Coelho
Arcebispo de Évora