O Papa assinalou ontem no Vaticano o quinto aniversário da sua encíclica ecológica e social ‘Laudato Si’, lançando um ano especial para “chamar a atenção para o grito da terra e dos pobres”.

Francisco destacou o final da semana ‘Laudato Si’, que leva agora a um ano especial de aniversário, “para refletir sobre a encíclica”

“Convido todas as pessoas de boa vontade a aderir, para tomar conta da nossa comum e dos nossos irmãos e irmãs mais frágeis”, apelou, no final da oração do ‘Regina Caeli’, transmitida online.

O ano dedicado à ‘Laudato si’ é promovido pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), começando com uma “oração comum pela terra e pela humanidade”.

O ano especial conclui-se em 2021 e tem como objetivo principal “propor um compromisso público comum com a sustentabilidade total a ser alcançada em sete anos”.

“Estão envolvidas as famílias, dioceses, ordens religiosas, universidades, escolas, unidades de saúde e o mundo dos negócios, com especial atenção às empresas agrícolas”, anuncia o Vaticano.

Já a ‘Semana Laudato Si’, que se concluiu ontem, envolveu paróquias, comunidades religiosas, dioceses, escolas e outras instituições católicas, contando com o apoio do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, o Movimento Católico Global pelo Clima e o Renova+.

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, organismo dos bispos católicos em Portugal, destaca, numa nota enviada à Agência Ecclesia, que a encíclica ‘Laudato Si’ é “uma inspiração” para o momento atual, projetando “um futuro mais justo e sustentável”.

Neste documento, Francisco pede “um olhar diferente, um pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma espiritualidade” que consigam resistir ao “avanço do paradigma tecnocrático”.

“Uma ecologia integral requer abertura para categorias que transcendem a linguagem das ciências exatas ou da biologia e nos põem em contacto com a essência do ser humano”, escreve.

O Papa propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.

A encíclica defende uma “cidadania ecológica”, para mudar “hábitos nocivos” de consumo e comportamentos “suicidas” da humanidade, rumo a uma “corajosa revolução cultural”.

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